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quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

#ProtagonismoFemininoIndígena: da comunicação à incidência política

Em entrevista ao Blog Cidadãos do Mundo, Telma Taurepang, coordenadora da União das Mulheres Indígenas da Amazônia Brasileira (UMIAB), fala sobre feminismo e a importância da incidência política feminina indígena no Brasil, também sobre comunicação, entre outros assuntos.
No Brasil e em outros países da América Latina, o papel da mulher indígena se destaca cada vez mais. No universo da comunicação, existe a iniciativa Comunicadoras 
y Realizadoras Indígenas, que tem incentivado este protagonismo na AL. Em abril passado, uma iniciativa interessante foi a criação da Agência de Notícias de Mulheres Indígenas e Afrodescendentes, a Notimia, no México, que está em pleno vapor. No Peru, está ocorrendo o fortalecimento da Red de Comunicadores Indígenas del Perú. Aqui no Brasil, mídias indígenas também têm consolidado a participação feminina, como na Rádio Yandê e na área de cinema, no projeto Vídeo nas Aldeias. Existe um processo ascendente, neste sentido, que não tem volta.

A força feminina na incidência política teve um capítulo importante no Brasil, durante o Acampamento Terra Livre (ATL), de 2016, em Brasília, com a participação de mais de 1 mil mulheres indígenas, com uma pauta extensa que envolve saúde, educação, segurança alimentar, preservação de valores ancestrais, questão de gênero e demarcação de terras, e a crescente violência contra indígenas, neste contexto e empoderamento político e econômico, entre outras. Um documento, resultado da contribuição de 282 mulheres de 104 povos, constituiu uma pauta nacional de demanda no campo de direitos, que foi entre à ONU Mulheres.

Em 2016, A Rádio Yandê chegou a fazer uma pequena biografia da história de 100 personagens femininas indígenas, que são uma amostra desta pluralidade de vozes. Postumamente também são reconhecidas mobilizadoras importantes neste processo histórico, como Rosane Kaingang (que faleceu em 2016), que foi homenageada no ATL.

Hoje, entre esse grupo que cresce gradativamente, estão Sônia Guajajara, do MA, coordenadora-executiva da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB); Joênia Wapichana, primeira advogada indígena formada no Brasil, do Conselho Indígena de Roraima (CIR); Valdelice Verón, liderança Guarani-Kaiowá, no MS; Francinara Soares Baré, coordenadora-executiva da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB) e Telma Taurepang, coordenadora da União das Mulheres Indígenas da Amazônia Brasileira (UMIAB), como também lideranças femininas do povo Munduruku, PA e a xamã Rucharlo Yawanawá, AC. No espaço das artes e etnomidiático, Renata Tupinambá, roteirista e produtora; Naine Terena, comunicadora e especialista em arte e etnomídia, Patrícia Ferreira, do povo Mbyá-Guarani, RS, uma das cofundadoras do Coletivo Mbyá-Guarani de Ci­nema, e centenas de milhares de mulheres que são referências às suas comunidades e povos.

São necessárias muitas entrevistas e matérias para poder tratar dos papeis desempenhados por estas indígenas, com suas peculiaridades e contribuições, que exige fôlego e tempo. Nesta semana, o Blog Cidadãos do Mundo – jornalista Sucena Shkrada Resk, tem como entrevistada convidada, Telma Taurepang, coordenadora da UMIAB. Seu povo está concentrado em Pacaraima e em terras indígenas no estado de Roraima fronteira com a Venezuela. Por seis anos, foi secretária geral do Movimento de Mulheres Indígenas do CIR.

Hoje Telma Taurepang também participa do Conselho de Mulheres da COICA e integra o projeto A Voz das Mulheres Indígenas, na Organização das Nações Unidas (ONU). “...Quero transmitir, por meio de minha fala, uma imagem de uma mulher indígena que não quer usar gravata, e que não tem medo de colocar sua cara no mundo e falar da realidade que a sociedade precisa ouvir...”. 
Vejam a íntegra da entrevista em:

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