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quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Economia: Como os juros controlam a inflação?

Uma economia aquecida em geral é bom para todos: há mais vendas para os empresários e mais empregos para os trabalhadores.
Imagem: Folha de São Paulo
No entanto, se há muita procura de produtos, eles podem ficar escassos e passarem a custar mais caro, causando inflação.

O Brasil possui um sistema de metas para inflação que foi instituído em junho de 1999 pelo Banco Central (BC). O indicador considerado é o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

Para manter o nível de inflação esperado, o governo faz uso da política monetária, por meio da taxa básica de juros, a Selic ( Sistema Especial de Liquidação e Custódia e é um grande sistema computadorizado, a cargo do Banco Central do Brasil e da Associação Nacional das Instituições dos Mercados Abertos, desde 1980, quando foi criado).

Assim, caso o BC observe que a inflação corre o risco de superar a meta, a tendência é elevar os juros.

A taxa de juros foi o instrumento escolhido pelo governo, pois ela determina o nível de consumo do país, já que a taxa Selic é utilizada nas transações bancárias e, portanto, influencia os juros de todas as operações na economia.

A Selic é utilizada pelos bancos como um parâmetro. A partir dela, as instituições financeiras definem quanto vão cobrar por empréstimos às pessoas e às empresas.

Caso os juros do país estejam altos, o consumidor tende a comprar menos, porque a prestação de seu financiamento vai ser mais alta. Isso reflete na queda da inflação.

Segundo a lei da oferta e da procura, quanto maior a demanda por um determinado produto, mais elevado é o seu preço.

Do contrário, se uma mercadoria ou serviço não forem tão procurados, o preço tende a cair para atrair mais compradores.

A taxa de juros é definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom), um órgão do BC, em reuniões que ocorrem a cada 45 dias em Brasília.

Desse encontro participam o presidente do Banco Central e diretores de política monetária e econômica da instituição.
Imagem da web
Os juros altos são benéficos para os investidores. Quem compra um título do governo, por exemplo, recebe mais se a taxa de juros estiver subindo.
No entanto, uma taxa alta prejudica a maioria da população, que paga crediários maiores, e os empresários, que encontram dificuldades para vender sua produção e expandir negócios, pois fica caro comprar máquinas, por exemplo.

Quem sai ganhando com juros autos?

Continue lendo em:

Economia: As elites agem politicamente para manter os juros altos?


Fonte: UOL economia

Adaptado por: Cicero Do Carmo




Economia: O que é inflação?

Compreendido o significado da inflação, a primeira pergunta que nos ocorre é: E por que os preços sobem?
Imagem web
Para responder a essa questão, precisamos antes conhecer o conceito de Lucro.

O Lucro tem a sua origem em uma conta de subtração:
Lucro = Receitas - Custos

Esse lucro, o que sobra das vendas depois que pagamos todos os custos (salários, aluguéis, matérias-primas etc.) é o que motiva o empresário a produzir, a razão de ser do seu negócio, a compensação pelo risco de perder o que ele empenhou de seu na empresa. Por isso, o lucro é chamado de "Remuneração do Empresário".

Por outro lado, como o objetivo de toda empresa capitalista é a Maximização dos Lucros, quer seja a curto prazo, quer a longo -- deverá ter sua administração orientada, em consequência, para o aumento máximo de suas receitas, e para a máxima redução de seus custos, concomitantemente.

A inflação é o aumento persistente e generalizado no valor dos preços. Quando a inflação chega a zero dizemos que houve uma estabilidade nos preços. 

A inflação pode ser dividida em:

A inflação de demanda ocorre nos casos em que a pressão compradora, por parte dos consumidores, face a uma dada quantidade ofertada, tende a elevar os preços dos produtos. Significa que ainda há compradores dispostos a pagar mais caro por um produto muito procurado.

Para a inflação de demanda ser combatida, é necessário que a política econômica se baseie em instrumentos que provoquem a redução da procura agregada.

A inflação de custos ocorre quando os custos da empresa sobem e, para não reduzir o seu lucro, vê-se obrigada a aumentar os preços e, consequentemente, as receitas. Isto se chama "repassar os custos". 

Assim, aumentos de matéria-prima, salários, impostos e juros são inflacionários, pois obriga a empresa a passá-los para a frente. Não repassando, estará absorvendo o aumento, terá seu lucro diminuído, e poderá mesmo vir a "quebrar" (concordata ou falência), se sua margem de ganho for pequena.

A inflação de lucros (ou administrativa) se dá quando os preços são aumentados não em decorrência do aumento dos custos ou da demanda, mas sim porque os executivos decidiram aumentar a margem de lucro de seus produtos comercializados e, com isso, aumentar a lucratividade da empresa.

Este terceiro tipo de inflação, onde os administradores procuram aumentar a fatia da empresa na renda nacional, é conhecido há muito tempo. Com efeito, já em 301 A.D. o imperador Diocleciano, em seu famoso Édito dos Preços Máximos, afirmava que "Os responsáveis pela inflação são aquelas pessoas de cobiça ilimitada".

Através dessa regulamentação foram tabelados os preços das mercadorias comercializadas no Império Romano, bem como os salários e remunerações dos artífices e prestadores de serviços. Foi a primeira vez que se teve noticia do uso de uma Política de Rendas e Preços para o controle inflacionário.

Índices de Inflação

A inflação possui vários índices entre eles o IGP (Índice Geral de Preços), IPA (Índice de Preços no Atacado), INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), INCC (Índice Nacional do Custo da Construção), CUB (Custo Unitário Básico).

Na prática, inflação é quanto o preço de um produto varia em um determinado período. Supondo que uma cenoura custasse R$ 2 em janeiro de 2010 e que em junho tivesse subido para R$ 2,10, a inflação da cenoura seria de 5% entre janeiro e junho.

E porque os preços sobem?!
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1. Existem muitos compradores dispostos a pagar mais caro por um produto ou serviço cuja oferta não consegue satisfazer à procura;

2. Os custos das empresas aumentaram, sendo repassados para os consumidores e clientes;

3. As empresas procuram aumentar seus lucros para poder crescer mais.

Com respeito à etimologia, tanto a palavra "Lucro" como "Logro" tiveram a mesma origem latina: "Lucru" (Cf. Dicionário Aurélio), que significa não só "proveito, ganho, fortuna, vantagem", mas também "avareza, cobiça, viver à custa dos outros, logro".
Já o equivalente inglês, "Profit", veio do latim "Proficere", que quer dizer "progredir, desenvolver, ter bom êxito, ser proficiente".

Como controlar a inflação?
Continuar lendo em:

Adaptado por Cicero Do Carmo
Fonte:
http://www.amattos.eng.br


Economia: As elites agem politicamente para manter os juros altos?

Trabalho acadêmico mapeia a influência dos rentistas na manutenção das taxas em patamares elevados no Brasil

Imagens motra um dos raros momentos em que capital e trabalho se uniram contra os  juros autos.

Segundo a pesquisadora da Carta Capital, Thereza Reis.

O grupo analisado inclui Chile, Colômbia, Indonésia, México, Peru, Filipinas, Polônia, Tailândia, Turquia e África do Sul. Entre 1996 e 2014, o Brasil foi o único com “generosa taxa de juros acima de inflação no período todo, com o maior valor, de 24,68%, em 1998”. 

A taxa real mais baixa, de 0,54%, foi registrada em 2012, quando o governo reduziu a taxa nominal para 7,25%. A compressão dos juros reais para quase zero foi acompanhada por uma expansão significativa da massa salarial, centro da oposição entre interesses de classe subjacentes às políticas monetárias. 

Tanto a ortodoxia quanto a heterodoxia têm explicações para os elevados juros reais do País, mas não elucidam a diferença gritante na comparação com aquelas de outras economias em situação semelhante ou até pior, destaca a pesquisadora. Essa constatação levou-a a medir as causas da taxa real por meio de análises empírica e econométrica.



“Um aspecto importante não levado em conta é que a classe rentista no Brasil tem um poder de barganha mais forte do que nos demais países, e essa é a principal razão para a discrepância dos juros em relação a outras economias em desenvolvimento sob o mesmo regime monetário.”



A teoria do domínio da economia pelo rentismo é discutida por vários autores, no País e no exterior. “A hipótese da dissertação é de que as elites brasileiras agem politicamente para manter os juros reais em um patamar elevado de maneira a garantir seus lucros no topo”, destaca o economista Bruno Martarello De Conti, da Unicamp, orientador de Thereza Reis.

“A análise da economia política brasileira mostra que a financeirização da economia levou rentistas, industrialistas, as classes trabalhadora, média e alta com investimentos financeiros a assumir uma postura ambígua em relação à redução da taxa real sustentada pelo Banco Central durante os anos de 2012 e 2013 sob a ‘nova matriz econômica’ do governo Dilma Rousseff."

A diretriz foi, no início, apoiada por industriais e sindicalistas reunidos no movimento por um Brasil com baixas taxas de juro: mais empregos e mais produção, de curta existência. 

Segundo o cientista político André Singer, a convergência seria um dos principais motivos para a formação de uma oposição às novas medidas econômicas, apesar de necessárias para aumentar o investimento, impulsionar o crescimento do PIB e o nível geral de emprego.


O Brasil é refém da influência do rentismo na determinação da taxa de juros, mas a situação não é imutável. “Elites como a da agricultura exportadora são contrárias a essa política por causa da valorização cambial que resulta da entrada de capitais e aos altos pagamentos que devem ser feitos pelos empréstimos realizados”, destaca a autora. 

O encaminhamento adotado pelo governo em 2012, de reduzir o juro real para diminuir o poder daqueles que vivem da renda de aplicações, tem pontos em comum com a situação definida na literatura econômica como “eutanásia dos rentistas”.

Defendida por John Maynard Keynes, em 1936, e Larry Randal Wray, da Universidade do Missouri, em 2007, entre outros, aquela proposta supõe que juros reais iguais a zero ou negativos inviabilizariam o parasitismo financeiro e direcionariam o lucro para uso no capital produtivo.

“Assim, os baixos retornos aos aplicadores seriam eficazes também em limitar o poder que eles têm sobre a política nacional”, explica a pesquisadora. Para os economistas heterodoxos, “juros elevados beneficiam os rentistas e prejudicam os trabalhadores e as indústrias”. Aqueles promovem a adoção da política de metas de inflação “porque visam à inflação baixa para manter os preços dos seus ativos”. 

A crescente independência dos bancos centrais em relação à maioria da sociedade possibilita aos rentistas dominar a elaboração de políticas econômicas em detrimento da indústria e do trabalho, argumentam os economistas Gerald Epstein, da Universidade de Massachusetts, e Demophanes Papadatos, da Universidade de Londres, mencionados na dissertação.

A crise financeira de 2008 evidenciou, nos países industrializados, a posição dos bancos centrais favorável àquele grupo. Os BCs foram os principais condutores dos esforços dos Estados para salvar as instituições financeiras por meio de operações de mercado aberto e trocas de ativos tóxicos ou imprestáveis por títulos públicos, com prejuízo, portanto, ao conjunto da sociedade. 

O próprio regime de metas teria de ser revisto, defende o economista Luiz Fernando de Paula, professor da Universidade Estadual do Rio de Janeiro. “As evidências de que regimes com metas de inflação têm melhores resultados são inconclusivas.”

Além disso, o Brasil é um dos poucos países a adotá-lo no ano-calendário. “Muitos deles usam metas de dois anos. Há certa rigidez aqui.” Segundo alguns cálculos, o setor financeiro tem o dobro do tamanho necessário ao País e recebeu no ano passado perto de 500 bilhões de reais de juros da dívida pública, na posição de maior credor. 

Na íntegra em: CartaCapital.

Leia também:

Economia: O que é inflação?

Com atualização 21/09, 22h 46mm

Adaptado por Cicero Do Carmo

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