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sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

Médicos Populares se posicionam contra quebra de democracia interna na Fiocruz

Ministério de Saúde nomeia segunda colocada como presidente da instituição e causa apreensão em setores da classe médica.


A Rede Nacional de Médicas e Médicos Populares lançou, nesta sexta-feira, nota de repúdio a ação do Ministério da Saúde e em apoio à nomeação da primeira colocada, a pesquisadora Nísia Maria Trinndade.

Leia na íntegra abaixo.

A Rede Nacional de Médicas e Médicos Populares vê com extrema apreensão notícia vinculada no Jornal O Globo a qual sinaliza que será publicada no Diário Oficial da União, na segunda-feira (02 de janeiro de 2017), a nomeação, pelo Ministério da Saúde, da segunda colocada na consulta interna da Fundação Oswaldo Cruz como presidente dessa instituição, quebrando a lógica pela qual, desde o início dos anos 2000, nomeia-se o candidato mais votado, no caso, a pesquisadora Nísia Maria Trindade.

A FIOCRUZ é uma entidade destacada na pesquisa, ensino e serviços de saúde no Brasil. Tem uma tradição de excelência e foi de extrema importância no processo de redemocratização do país, onde reuniu diversos pesquisadores progressistas, expulsos ou sem espaço diante da intervenção e arbítrio em diversas outras instituições de ensino e universitárias durante os anos de chumbo da ditadura militar. 

Na verdade, foi uma das primeiras instituições científicas atacadas nos primeiros tempos do Golpe Militar no Brasil nos anos de 1960, em que 10 pesquisadores foram arbitraria e sumariamente afastados da fundação, naquilo que entrou para a história como o “Massacre de Manguinhos”.

Sabemos que tal medida empreendida pelo ministro golpista Ricardo Barros, já famigerado pelo seu apoio sistemático aos planos e seguradoras de saúde, ao complexo médico-industrial-financeiro externo e ao aprofundamento do desmonte do SUS, é nada mais que um ataque a figuras históricas do Movimento da Reforma Sanitária que se aglutinam no âmbito da FIOCRUZ, especialmente depois do posicionamento claro que a mesma tomou contra o golpe institucional em curso no Brasil, coerente com sua tradição dos últimos 40 anos de ser uma defensora intransigente da democracia em nosso país.

Esperamos que elementos ligados ao movimento sanitário e ao movimento municipalista de secretários de saúde que ainda estão no âmbito de assessoria e tomada de decisão do ministério, bem como a segunda colocada no pleito, a respeitada pesquisadora Tânia Araújo Jorge, não aceitem e se posicionem contra esta nomeação biônica. E que não manchem suas biografias com este ato que não representa somente um ataque à FIOCRUZ, mas uma agressão a todo Movimento pela Reforma Sanitária brasileiro.

Assim a Rede de Médicas e Médicos Populares se manifesta contrária a eventual ato de quebra da democracia na Fundação Oswaldo Cruz e apóia a nomeação da pesquisadora Nísia Maria Trindade, primeira colocada no pleito.

São Paulo, 30 de dezembro de 2016

Secretaria da Rede Nacional de Médicas e Médicos Populares

ABAIXO O GOLPE NO BRASIL !

FORA TEMER !

FORA BARROS !

Por: Saúde Popular

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