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quarta-feira, 29 de junho de 2016

México: violência sexual é usada para garantir “confissões” de mulheres

Uma investigação sem precedentes conduzida pela Anistia Internacional com 100 mulheres presas no México revela que elas são rotineiramente abusadas sexualmente pelas forças de segurança, que desejam conseguir confissões e impulsionar as estatísticas em uma tentativa de mostrar que estão enfrentando o crescente crime organizado.


Todas as 100 mulheres detidas em prisões federais que denunciaram tortura e outros maus-tratos à Anistia Internacional disseram ter vivenciado alguma forma de assédio sexual ou abuso psicológico durante sua prisão e interrogatório por parte de policiais municipais, estaduais ou federais, ou membros do Exército e Marinha. Setenta e duas delas disseram ter sido abusadas sexualmente durante sua prisão ou nas horas seguintes. Trinta e três denunciaram ter sido estupradas.
Sessenta e seis das mulheres disseram ter reportado o abuso para um juiz ou outras autoridades, mas investigações foram abertas em apenas 22 casos. A Anistia Internacional não tem conhecimento de quaisquer acusações criminais decorrentes dessas investigações.
“As histórias dessas mulheres pintam um quadro completamente chocante do nível de tortura contra mulheres no México, mesmo para os padrões locais. A violência sexual utilizada como uma forma de tortura parece ter se tornado parte rotineira dos interrogatórios”, disse Erika Guevara-Rosas, diretora do programa para as Américas da Anistia Internacional.
“Mulheres de origens marginalizadas são as mais vulneráveis na chamada ‘guerra às drogas’ do México. Elas são frequentemente vistas como alvos fáceis por parte das autoridades, que muitas vezes estão mais preocupadas em demonstrar que estão prendendo pessoas do que em garantir que estão encontrando os verdadeiros criminosos.”

A maioria das mulheres na prisão que conversaram com a Anistia Internacional disse ter sido abusada sexualmente, espancada, eletrocutada, tocada e apalpada durante a detenção e os interrogatórios. A enorme maioria foi acusada de crime organizado e crimes relativos ao tráfico de drogas. Muitas foram apresentadas à imprensa como “criminosas” logo após terem sido forçadas a “confessar” seus crimes. A maioria é de baixa renda, o que diminui a chance de que essas mulheres possam pagar por uma defesa eficaz.

Confira matéria completa em:
https://anistia.org.br/noticias/mexico-violencia-sexual-e-usada-para-garantir-confissoes-de-mulheres/

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