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segunda-feira, 28 de março de 2016

Monica Iozzi: "não sejamos hipócritas. Não existe jornalismo imparcial"

Humorista, atriz ou apresentadora, Monica Iozzi costuma manter algo em comum nesta ^pluralidade de talentos: a opinião. Prova disso é que mesmo sendo funcionária contratada da Rede Globo não poupa críticas à emissora. Dia desses criticou, em seu Twitter, o jornalismo da casa, especialmente o Jornal Nacional, por não transmitir, ao vivo, as manifestações pró-democracia. Esta semana foi além: reproduziu na sua página do Facebook a íntegra da entrevista concedida à Folha de São Paulo que o jornal editou e escondeu: "na edição não ficou claro o que quis dizer". Monica Iozzi revela-se assim mais do que um rostinho bonito a serviço do patrão. Ela é a síntese da mulher que nos representa: inteligente, com personalidade e caráter.
 Leia aqui a íntegra do texto que ela publicou na sua página do Facebook:
"A Folha de São Paulo publicou hoje [21] em seu site uma entrevista feita comigo há alguns dias. Acredito que a edição feita pela repórter não deixou minha opinião clara o suficiente. Por isso, segue abaixo o conteúdo da entrevista feita por e-mail na íntegra", desabafou Monica. 


1) Você é praticamente uma unanimidade entre os telespectadores da Globo e os usuários das redes sociais. Teme que demonstrar seu posicionamento político - ainda que não partidário - possa te prejudicar?



Não. Me sentiria prejudicada se não pudesse expor o que penso. Não posso deixar de me pronunciar só porque trabalho na TV. Sei que muitas vezes serei mal interpretada, principalmente num momento como este, em que o país parece estar dividido apenas entre "coxinhas" e "petralhas". Precisamos parar de nos comportar como torcidas organizadas de futebol e aprofundar a discussão política no Brasil. Participei do vídeo convidando as pessoas para as manifestações deste dia 18 com este intuito. Mas é preciso deixar claro que a ideia não é abonar as ações do PT. A ideia é cobrar que TODOS OS PARTIDOS sejam investigados e julgados de maneira clara, imparcial e justa. E que a imprensa divulgue da mesma maneira as acusações sofridas pelo PT, PSDB, PMDB, etc. O que não vem ocorrendo. Não sou petista, mas não sou cega.

2) Já recebeu alguma advertência ou conselho por parte da Globo a respeito dos comentários que tem feito na internet, sobretudo o que citava o Jornal Nacional?

Não. Minhas redes sociais expõem o que eu penso, de maneira completamente desvinculada da empresa em que trabalho. Usei o Jornal Nacional como exemplo por ser o telejornal de maior audiência do país. Minha intenção ao escrever aquele post foi de questionar como as pessoas vêm se informando. Não sejamos ingênuos. Não existe imparcialidade na imprensa. Todo veículo pertence a alguém ou a um grupo. E estas pessoas tem seus ideais, princípios e interesses. Por isso precisamos nos cercar de toda informação possível. Acompanho Veja, Carta Capital, IstoÉ, Piauí, Folha, Estadão, O Globo, JN, Jornal da Cultura, Jornal da Band, Mídia Ninja, Globo News, Revista Fórum, blogs, etc. Não podemos ser um povo que consome apenas as manchetes. Este debate raso e tendencioso é que vem alimentando a atual atmosfera de ódio, preconceito e intolerância na qual nos encontramos.


Fonte: 
www.conexaojornalismo.com.br/


domingo, 27 de março de 2016

"O ÁPICE DA OPERAÇÃO LAVA JATO"

 Segundo o Juiz Moro não tem como determinar se os pagamentos na Lista de contabilidade paralela da Odebrecht a mais de duzentos políticos são ilegais ou não.
Depois do vexame federal cometido pelas ações ilegais do Juiz Sergio Moro, comandante da operação Lava Jato, na tentativa de atenuar a força política do ex-presidente Lula, motivo pelo qual recebeu duras críticas de especialistas  em assuntos jurídicos, mais uma vez se ver  enrolado com uma extensa  lista de políticos envolvidos em desvio de recursos apontados  pela  empreiteira Odebrecht a qual tem como citados os principais  líderes de oposição ao governo Dilma.

Segundo o Juiz Moro não tem como determinar se os pagamentos na Lista de contabilidade paralela da Odebrecht a mais de duzentos políticos são ilegais ou não, embora a lista contenha denúncia de repasse de R$ 15 milhões ao “Mineirinho” – atribui-se ser Aécio Neves -, durante a campanha presidencial (informação do jornal Brasil 247 (http://www.brasil247.com).

Diante dos novos fatos e do recuo do Juiz Sergio Moro só aumentam as suspeitas e desconfianças a respeito da sua idoneidade moral na condução das investigações temendo –se o engessamento e ate mesmo o encerramento da operação Lava Jato. 

Por: Cicero Do Carmo

sábado, 19 de março de 2016

Comissão do Senado aprova liberação da pílula do câncer sem registro na Anvisa

Para o senador Acir Gurgacz (PDT-RO), relator do texto na CAS, os relatos de regressão e cura do câncer pelo uso da fosfoetanolamina justificam a aprovação do projeto.
Por Karine Melo, da Repórter da Agência Brasil 
A liberação do uso da fosfoetanolamina sintética, que ficou conhecida como pílula contra o câncer, antes mesmo do registro pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), foi aprovada hoje (17) em reunião extraordinária da Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado. Como já foi aprovada no plenário da Câmara dos Deputados, no último dia 8, a proposta (PLC 3/16) segue agora com pedido de urgência, para a última votação no plenário do Senado.
Para o senador Acir Gurgacz (PDT-RO), relator do texto na CAS, os relatos de regressão e cura do câncer pelo uso da fosfoetanolamina justificam a aprovação do projeto. “Trata-se de resposta terapêutica espetacular, quando comparada a qualquer medicamento antineoplásico disponível no mercado brasileiro e mundial. A fosfoetanolamina será um alento para milhares de famílias”, afirmou Gurgacz.
Ontem (16) o relator já havia lido seu voto favorável à proposta, mas o texto não foi votado por causa de um pedido de mais tempo para analisar a matéria apresentado pelo líder do governo no Senado, Humberto Costa (PT-PE). O presidente da comissão, Edison Lobão (PMDB-MA), concedeu prazo de 24 horas ao parlamentar, que apresentou um voto em separado contrário ao texto.
Costa teme a liberação da substância sem a realização de testes que comprovem sua eficácia e segurança. O parlamentar argumenta que é papel da Anvisa, e não do Congresso, autorizar a produção e o uso de medicamentos. “A Anvisa é hoje uma das instituições de regulação de produtos ligados à saúde mais respeitadas do mundo. Além do problema de segurança do consumo de medicamentos, [a liberação da fosfoetanolamina] será uma sinalização negativa de que é o Congresso [e não a agência] que aprova ou reprova a produção de medicamentos.”
O texto determina que, para ter acesso ao medicamento antes do registro pela Anvisa, os pacientes diagnosticados com câncer precisarão assinar termo de consentimento e responsabilidade. A opção pelo uso voluntário da fosfoetanolamina sintética não exclui o direito de acesso a outros tipos de tratamento.
Histórico
As cápsulas de fosfoetanolamina sintética foram fornecidas gratuitamente, durante anos, em São Carlos, mas a Universidade de São Paulo (USP) proibiu a produção e distribuição porque o medicamento não é registrado na Anvisa. Desde então, pacientes que tinham conhecimento dos estudos têm entrado na Justiça para obter a substância.
Em 2014, a droga parou de ser entregue, depois de uma portaria determinando que substâncias experimentais tivessem todos os registros antes de serem liberadas à população. Sem a licença, pacientes passaram a conseguir a liberação na Justiça, por meio de liminares.
Em outubro do ano passado, o Supremo Tribunal Federal (STF) liberou o acesso à fosfoetanolamina a um paciente do Rio de Janeiro que estava na fase terminal da doença. Desde então, a demanda pela substância não parou de aumentar.
Além de falta de registro na Anvisa, entre os argumentos contrários à distribuição das pílulas está o de que não existem, até o momento, estudos científicos que comprovem a eficácia e a segurança no uso dessa substância, necessários ao seu reconhecimento como medicamento.


Via: Saúde Popular
saude-popular.org

CARTA ABERTA EM DEFESA DA DEMOCRACIA BRASILEIRA

 “Assim também vós: por fora pareceis justos aos olhos dos homens, mas por dentro estais cheios de hipocrisia e de iniquidade” (Mt, 23-28)
Neste momento em que vivenciamos a ameaça de golpe sobre a democracia brasileira, não podemos permitir que as conquistas democráticas e que os direitos civis, políticos e sociais sejam mais uma vez afrontados pela forca da intolerância, do conservadorismo e da violência, física e/ou institucional.
O golpe militar de 1964 imprimiu na sociedade brasileira um quadro de pavor e sofrimento àqueles que lutavam por direitos e liberdades e a todo povo brasileiro. Prisões arbitrárias, tortura e morte de lideranças populares, estudantes, sindicalistas, intelectuais, artistas e religiosos davam a tônica do estado de exceção que então se instalava.
Na nossa ainda jovem democracia, estamos presenciando o mesmo discurso de combate à corrupção propagado pelos meios de comunicação às vésperas do golpe de 1964. Mais uma vez a sociedade brasileira corre o risco de vivenciar o mesmo cenário de horror e pânico. As últimas ações de setores conservadores, incluindo os meios de comunicação, repercutem nas ruas e geram um clima de instabilidade, violência e medo.
Diante do risco de aprofundamento dessa situação e da quebra da ordem constitucional e social, a Cáritas Brasileira, a Comissão Pastoral da Terra – CPT, O Conselho Indigenista Missionário – CIMI, o Conselho Pastoral dos Pescadores – CPP e o Serviço Pastoral dos Migrantes – SPM vêm a público manifestar preocupação com a grave crise. Queremos que todos os fatos sejam apurados e que seja garantida a equidade de tratamento a todos os denunciados nas investigações em curso no país, respeitando-se o ordenamento jurídico brasileiro.
Tememos que os direitos constitucionais dos jovens, das mulheres, dos sem-teto, das comunidades tradicionais, dos povos indígenas, dos quilombolas e dos camponeses, especialmente aos seus territórios, sejam ainda mais violentamente negados.
Reafirmamos nosso compromisso com o combate à corrupção, resguardando que esse processo não represente retrocessos nas conquistas e na garantia dos direitos historicamente conquistados pelo povo brasileiro. 
Brasília, 17 de março de 2016
Cáritas Brasileira
Comissão Pastoral da Terra – CPT
Conselho Indigenista Missionário – CIMI
Conselho Pastoral dos Pescadores – CPP

Serviço Pastoral dos Migrantes – SPM

Fonte da notícia: Secretariado Nacional do Cimi
http://cimi.org.br/

Maioria da comissão do impeachment recebeu doações de empresas da Lava Jato

Dos 65 deputados federais indicados nesta quinta-feira (17) para integrar a comissão que vai apreciar o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff, 40 receberam dinheiro de empresas investigadas ou de suas subsidiárias durante a campanha de 2014.
A eleição foi aberta, com chapa única, e teve 433 votos a favor contra um. A comissão tem quatro nomes de deputados investigados na Lava Jato
Segundo as prestações de contas entregues ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), foram R$ 8,9 milhões doados aos candidatos à Câmara ou a diretórios dos partidos que repassaram a campanha do parlamentar. Em valores atualizados, esse valor chega R$ 10 milhões.
Além dos partidos, também há casos de doações horizontais feitas por outros candidatos. Eles repassam recursos recebidos e identificam a fonte. Foi o caso do deputado federal Alex Manente (PPS-SP), que recebeu uma doação do deputado estadual Orlando Morando (PSDB/SP), que teve a construtora OAS como 'doador originário'.
Entre as bancadas dos partidos, apenas PSOL, Rede, PV, PROS e PEN indicaram nomes para a comissão que não receberam recursos. Ao todo, 24 partidos indicaram deputados proporcionalmente ao tamanho de suas bancadas na Câmara.
O deputado que mais recebeu dinheiro foi Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), que recebeu R$ 732 mil. Vieira Lima é a favor do impeachment da presidente. O deputado Paulo Maluf (PP-SP), com R$ 648.940 doados pelas empresas. Maluf anunciou que votará contra o impeachment.
A comissão tem agora um prazo de funcionamento de até 15 sessões do plenário. Se passar pela comissão, a palavra final será dada pelo plenário da Câmara, em votação aberta e com chamada nominal.
A previsão é que a votação do plenário ocorra entre a segunda quinzena de abril e a primeira de maio. Segundo o blog do Fernando Rodrigues, a comissão terá pelo menos 31 votos contrários ao governo e 28 a favor.

Deputados da comissão de impeachment que receberam dinheiro de empresas envolvidas na Lava Jato. Em R$
PSDB
Bruno Covas (SP) - R$ 227.486
Jutahy Júnior (BA) - R$ 531.875
Nilson Leitão (MT) - R$ 511.550
Paulo Abi-Ackel (MG) - R$ 425.000

DEM
Mendonça Filho (PE) - R$ 250.000
Elmar Nascimento (BA) - R$ 201.580

PPS
Alex Manente (SP) - R$ 400

PSB
Fernando Coelho (PE) - R$  30.000
Bebeto Galvão (BA) - R$ 50.000
Danilo Forte (CE) - R$ 400.000

SOLIDARIEDADE
Paulinho da Força (SP) - R$ 240.925,5

PSC
Eduardo Bolsonaro (SP) - R$ 567,27
Marco Feliciano (SP) - R$ 9.837,1

PRB
Jhonatan de Jesus (RR) - R$ 10.000
Marcelo Squassoni (SP) - R$ 770

PHS
Marcelo Aro (MG) - R$ 30.000

PSD
Paulo Magalhães (BA) - R$ 19.898,44
Marcos Montes (MG) - R$ 100.000

PMB
Weliton Prado (MG) - R$ 166.500

PDT
Flavio Nogueira (PI) R$ - 100.000

PMDB
Leonardo Picciani (RJ) - R$ 199.000
Washington Reis (RJ) - R$ 500.000
Osmar Terra (RS) - R$ 190.000
Lúcio Vieira Lima (BA) - R$ 732.000

PP
Aguinaldo Ribeiro (PB) - R$  271.900
Jerônimo Goergen (RS) - R$ 100.000
Roberto Britto (BA) - R$ 7.423,59
Paulo Maluf (SP) - R$ 648.940

PTB
Benito Gama (BA) - R$ 211.890

PT
Arlindo Chinaglia (SP) - R$ 412.000
José Mentor (SP) - R$ 187.500
Paulo Teixeira (SP) R$ - 285.000
Vicente Cândido (SP) - R$ 254.125
Zé Geraldo (PA) - R$ 145.500

PTN
João Bacelar (BA) - R$ 4.493,66

PR

José Rocha (BA) - R$  494.407,1
Edio Lopes (RR) - R$ 680.732
Maurício Quintella (AL) - R$  350.000

PT do B
Sílvio Costa (PE) - R$  100.000

Total -  R$ 8.981.301

Fonte: Carlos Madeiro
Colaboração para o UOL,
http://noticias.uol.com.br

sexta-feira, 18 de março de 2016

SANÇÃO DO PL ANTITERRORISMO CAUSA DETRIMENTO NO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO

O Brasil passa a criminalizar uma série de condutas as quais pode-se atribuir de forma arbitrária o “rótulo” de “terroristas”. Com isso, perdem os movimentos sociais, perdem os direitos humanos, e, no limite, perde toda a sociedade.
Imagem Justiça Global
• Nota oficial sobre a sanção do PL Antiterrorismo •

A ARTIGO 19, o Instituto de Defensores de Direitos Humanos - DDH e a Justiça Global vêm a público manifestar o seu mais profundo repúdio à sanção presidencial da lei 13.260/16, que institui o crime de “terrorismo” e delitos colaterais.
Conforme já foi exaustivamente explicitado em manifestações anteriores, todas as ações proibidas pela lei 13.206/16 já encontram tipificação legal nos dispositivos da inflada legislação penal brasileira que já conta com mais de 1.600 tipos penais.
Em linhas gerais, o crime de terrorismo (art.2º) exige três elementos para sua configuração, dois de natureza subjetiva e um de cunho objetivo: 
a) razões de xenofobia, discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia e religião; 
b) finalidade de provocar terror social ou generalizado, expondo a perigo pessoa, patrimônio, a paz pública ou a incolumidade pública e 
c) cometimento de ao menos uma das ações previstas nos incisos I, IV e V (art.2o), que totalizam, pelo menos, setenta e oito ações proibidas.
É previsto ação do crime de terrorismo, por exemplo, o simples porte de meios capazes de causar danos - conduta absolutamente genérica. Tal ação, desde que praticada com os elementos subjetivos já citados, será punida com a pena de 12 a 30 anos de reclusão, isto é, a mesma prevista para o homicídio doloso qualificado. Trata-se, portanto, de uma evidente violação aos princípios constitucionais da legalidade estrita, da lesividade e da proporcionalidade.
É bom que se diga que a retirada dos termos “política”, “extremismo político” e “ideologia” das razões para cometimento dos atos de terrorismo reduz o risco de criminalização de movimentos sociais, sem contudo torná-lo desprezível. O potencial caráter intimidatório da lei permanece, uma vez que autoridades policiais e judiciais poderão fazer interpretações ampliadas.
Na sanção presidencial alguns trechos do projeto de lei aprovado pela Câmara foram vetados. Os vetos atingiram os seguintes dispositivos: 
a) parte dos pontos que caracterizam "terrorismo contra coisa" (Art. 2º, II e III); 
b) o trecho na íntegra que criava o crime de apologia ao terrorismo (Art 4º); 
c) parte dos pontos que caracterizavam a conduta de "auxílio" a organizações terroristas (art 3º, §1º e 2º); 
d) o ponto que determinava o aumento de pena em razão de dano ambiental (Art 8º); 
e) o ponto que determinava o regime fechado para cumprimento de pena (Art. 9º); e 
f) o ponto que atribuía ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI) a coordenação dos trabalhos de combate aos crimes previstos na lei (artº 11, parágrafo único).

Cabe ressaltar que esse recuo registrado, apesar de insuficiente, é fruto do esforço da sociedade civil e de organizações de defesa dos direitos humanos, que nos últimos meses se mobilizaram intensamente para denunciar publicamente o retrocesso que uma lei antiterrorismo representaria.


O dia 17 de março de 2016 será lembrado como um marco histórico do fortalecimento do Estado de Polícia em detrimento do Estado Democrático de Direito. A partir de agora, o Brasil passa a criminalizar uma série de condutas as quais pode-se atribuir de forma arbitrária o “rótulo” de “terroristas”. Com isso, perdem os movimentos sociais, perdem os direitos humanos, e, no limite, perde toda a sociedade.

Fonte: Anistia Internacional Brasil

Brasil teve ‘retrocessos preocupantes’ na proteção dos direitos indígenas, diz relatora da ONU

O Brasil teve “retrocessos extremamente preocupantes” na proteção dos direitos dos povos indígenas nos últimos oito anos, uma tendência que continuará a se agravar caso o país não tome medidas imediatas como proteger a segurança de líderes indígenas, concluir investigações sobre assassinatos e redobrar os esforços para superar o impasse relativo a demarcações de terras, segundo a relatora especial da ONU sobre o tema, Victoria Tauli-Corpuz.
O Brasil teve “retrocessos extremamente preocupantes” na proteção dos direitos indígenas nos últimos oito anos, uma tendência que continuará a se agravar caso o país não tome medidas imediatas como a proteção de lideranças indígenas, investigações sobre assassinatos e esforços para superar o impasse nas demarcações de terras, disse a relatora especial da ONU sobre o tema, Victoria Tauli-Corpuz.
especialista fez uma visita de dez dias ao país em março a convite do governo brasileiro para identificar os principais problemas enfrentados pelos povos indígenas no Brasil e acompanhar o cumprimento das recomendações feitas em 2008 por seu predecessor James Anaya.
“Em termos gerais, minha primeira impressão (…) é de que o Brasil possui uma série de disposições constitucionais exemplares em relação aos direitos dos povos indígenas”, declarou a relatora. “Entretanto, nos oito anos que se seguiram à visita de meu predecessor, há uma inquietante ausência de avanços na solução de antigas questões”, disse, completando que “houve retrocessos extremamente preocupantes” na proteção dos direitos dos povos indígenas, uma tendência que continuará a se agravar caso não sejam tomadas medidas para revertê-la.
Entre os principais desafios enfrentados pelos índios brasileiros está a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 2015 elaborada na Câmara dos Deputados que transfere do Executivo para o Legislativo a palavra final sobre a demarcação de terras, o que segundo a relatora da ONU “solapa os direitos dos povos indígenas a terras, territórios e recursos”.
Ela ainda criticou a interrupção dos processos de demarcação, incluindo 20 terras indígenas pendentes de homologação pela Presidência da República; a incapacidade de proteger as terras indígenas contra atividades ilegais; os despejos em curso; os efeitos negativos dos megaprojetos em territórios indígenas ou perto deles; e a violência, assassinatos, ameaças e intimidações contra os povos indígenas perpetuados pela impunidade.
Outros pontos citados foram a falta de consulta sobre políticas, leis e projetos que têm impacto sobre os direitos dos índios, assim como a prestação inadequada de cuidados à saúde, educação e serviços sociais. “Assim sendo, os riscos enfrentados pelos povos indígenas estão mais presentes do que nunca desde a adoção da Constituição de 1988.”
A relatora disse preocupar-se, sobretudo, com a apresentação distorcida da mídia, que retrata os povos indígenas como detentores de grandes extensões de terra em comparação com suas populações, quando na verdade é o setor do agronegócio que detém um percentual desproporcional do território brasileiro.
“Mesmo onde os povos indígenas possuem terras demarcadas na região amazônica, eles não desfrutam do efetivo controle sobre seus recursos devido às crescentes invasões e atividades ilegais, tais como mineração e extração de madeira”, afirmou.
Represálias, ameaças e assassinatos
Outra questão crítica é a grande quantidade de ataques documentados e relatados contra povos indígenas. Em 2007, segundo o Conselho Indigenista Missionário (CIMI), 92 líderes indígenas foram assassinados, enquanto em 2014 o número subiu para 138. O Estado de Mato Grosso do Sul registrou o maior volume de mortes.
“Com frequência, os ataques e assassinatos constituem represálias em contextos nos quais os povos indígenas reocuparam terras ancestrais depois de longos períodos de espera da conclusão dos processos de demarcação”, disse. “Ainda mais alarmante é o fato de que  (…) nenhuma autoridade estatal esteve nas áreas até agora. Condeno enfaticamente tais ataques e conclamo o governo a pôr um fim a essas violações de direitos humanos, bem como investigar e processar seus mandantes e autores”.
Grandes projetos
De acordo com a relatora, mesmo em contextos nos quais a violência física direta não foi relatada por povos indígenas, eles enfrentam ameaças profundas à sua existência. “Isso deriva de ações e omissões do Estado e de atores privados no contexto de projetos de desenvolvimento impostos aos povos indígenas sem qualquer consulta ou tentativa de obter seu consentimento prévio, livre e informado”, disse.
Entre os principais problemas, está a não implementação das condicionantes e das medidas mitigatórias necessárias em relação ao projeto da hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, como o fortalecimento da Fundação Nacional do Índio (FUNAI) no local, a demarcação da terra indígena Cachoeira Seca, bem como a regularização e plena proteção das terras indígenas Apyterewa e Paquiçamba, entre outros pontos.
Recomendações
Entre as recomendações, a relatora pediu medidas imediatas para proteger a segurança dos líderes indígenas e concluir as investigações sobre os assassinatos, esforços para superar o impasse atual no que se refere a demarcações de terras, além da necessidade de rever os cortes propostos ao orçamento da FUNAI.
“Diálogos devem ser iniciados com povos indígenas em relação à possível realização de um Inquérito Nacional para sondar alegações de violações de seus direitos, promover conscientização e oferecer reparação para violações de direitos humanos”, recomendou.
O relatório da visita será submetido em setembro ao Conselho de Direitos Humanos da ONU.

Fonte: ONUBR
nacoesunidas.org


segunda-feira, 14 de março de 2016

EMBRAPA REALIZARÁ O 1º SIMPÓSIO DO BIOMA CAATINGA

O Semiárido brasileiro tem a maior parte de seu território ocupado por uma vegetação xerófila denominada Caatinga. Este bioma ocupa 11% do território nacional e 70% do Nordeste e abriga 60% da população nordestina.

Além de extremamente importante do ponto de vista biológico, suas espécies apresentam características morfofisiológicas adaptadas ao estresse hídrico e às altas temperaturas. São, portanto, recurso natural importante para o desenvolvimento da região.
A exploração inadequada tem acarretado a diminuição da área onde o Bioma pode ser encontrado em sua forma nativa e, em alguns casos, provocou o desaparecimento de algumas espécies. Assim, já se observam perdas irrecuperáveis da diversidade florística e faunística, a aceleração do processo de erosão e o declínio da fertilidade do solo e da qualidade da água pela sedimentação.

Com essa preocupação, a primeira edição do Simpósio do Bioma Caatinga reunirá segmentos das áreas pública e privada em um fórum de debates em busca de soluções para desafios ambientais.
Nos três dias de realização, se buscará promover a interação dos diferentes atores, ampliando as perspectivas de intercambio de pesquisas e formação de redes, bem como discutir estratégias e propor subsídios às políticas públicas direcionadas à sustentabilidade do Bioma.

O I Simpósio do Bioma Caatinga (SIBIC) foi estruturado em três eixos de discussão: Recursos Naturais; Desenvolvimento Sustentável e Conservação; Socioeconomia e Políticas Públicas.
Cada eixo será composto por duas mesas redondas com 3 a 4 palestrantes, que serão profissionais de vasta experiência, conhecimento e visão holística sobre o assunto abordado.
Com a realização do SIBIC espera-se gerar resultados nos diferentes aspectos:
- Sociais: ampliar o nível de informação do público alvo e sensibilizar a sociedade quanto à conservação, uso e manejo sustentável dos recursos naturais da Caatinga;
- Econômicos: promover o conhecimento de novos nichos de oportunidades, a exemplo do turismo ecológico e das energias renováveis;
- Ambientais: identificar pontos de maior vulnerabilidade socioambiental e o impacto local e divulgação de experiências exitosas que poderiam ser replicadas;
- Científicos: fomentar temáticas para pesquisa, ensino e extensão para atender as necessidades locais, regionais e estaduais; propiciar intercâmbio de informações entre instituições de ensino, sociedade civil e órgãos ambientais; integração de grupos técnicos, científicos, gestores públicos e privados e a sociedade civil. 

O evento acontecerá de  7 a 9 de junho, no Auditório da Embrapa Semiárido.
O conteúdo das palestras e dos debates irá compor uma publicação técnica, em formato digital que será disponibilizada nas bases de dados das instituições de pesquisa, ensino e extensão e servirá como subsídio para a unificação de agendas, ações e projetos em rede e identificação de competências.
O SIBIC tem como público alvo pesquisadores, professores e estudantes de pós-graduação, técnicos, gestores, membros de órgãos governamentais e da sociedade civil em geral.  

Local do Evento:
Auditório da Embrapa Semiárido
Rodovia BR-428, Km 152, Zona Rural - Caixa Postal 23
CEP: 56302-970 - Petrolina, PE

*Telefone para informações:*
(87) 3861 4442 (Marilea Rodrigues)
(87) 3866 3734 (Gilberto Pires)

Endereço eletrônico:
cpatsa.sibic@embrapa.br
Comissão Organizadora do SIBIC

Texto adaptado por Cicero Do Carmo

domingo, 13 de março de 2016

Constituições Brasileiras - conheça as 7 que o Brasil já teve

Promulgada no dia 5 de outubro de 1988, durante o governo do então presidente José Sarney, a Constituição em vigor, conhecida por “Constituição Cidadã”, é a sétima adotada no país e tem como um de seus fundamentos dar maior liberdade e direitos ao cidadão - reduzidos durante o regime militar - e manter o Estado como república presidencialista.
As Constituições anteriores são as de 1824, 1891, 1934, 1937, 1946 e 1967.  Das sete Constituições, quatro foram promulgadas por assembleias constituintes, duas foram impostas - uma por D. Pedro I e outra por Getúlio Vargas - e uma aprovada pelo Congresso por exigência do regime militar.
Na história das Constituições brasileiras, há uma alternância entre regimes fechados e mais democráticos, com a respectiva repercussão na aprovação das Cartas, ora impostas, ora aprovadas por assembleias constituintes. Abaixo, um resumo das medidas adotadas pelas Constituições do país: 
1ª - Constituição de 1824 (Brasil Império)
Apoiado pelo Partido Português, constituído por ricos comerciantes portugueses e altos funcionários públicos, D. Pedro I dissolveu a Assembleia Constituinte em 1823 e impôs seu próprio projeto, que se tornou a primeira Constituição do Brasil. Apesar de aprovada por algumas Câmaras Municipais da confiança de D. Pedro I, essa Carta, datada de 25 de março de 1824 e contendo 179 artigos, é considerada pelos historiadores como uma imposição do imperador.
Entre as principais medidas dessa Constituição, destaca-se o fortalecimento do poder pessoal do imperador, com a criação do Poder Moderador, que estava acima dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. As províncias passam a ser governadas por presidentes nomeados pelo imperador e as eleições são indiretas e censitárias. O direito ao voto era concedido somente aos homens livres e proprietários, de acordo com seu nível de renda, fixado na quantia líquida anual de cem mil réis por bens de raiz, indústria, comércio ou empregos. Para ser eleito, o cidadão também tinha que comprovar renda mínima proporcional ao cargo pretendido.
Essa foi a Constituição com duração mais longa na história do país, num total de 65 anos. 
2ª - Constituição de 1891 (Brasil República)
Após a proclamação da República, em 15 de novembro de 1889, houve mudanças significativas no sistema político e econômico do país, com a abolição do trabalho escravo, a ampliação da indústria, o deslocamento de pessoas do meio rural para centros urbanos e também o surgimento da inflação. Outra mudança foi o abandono do modelo do parlamentarismo franco-britânico, em proveito do presidencialismo norte-americano. 
O marechal Deodoro da Fonseca, proclamador da República e chefe do governo provisório, e Rui Barbosa, seu vice, nomearam uma comissão de cinco pessoas para apresentar um projeto a ser examinado pela futura Assembleia Constituinte. O projeto escolhido vigorou como Constituição Provisória da República até as conclusões da Constituinte. 
As principais inovações dessa nova Constituição, datada de 24 de fevereiro de 1891, são: instituição da forma federativa de Estado e da forma republicana de governo; estabelecimento da independência dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário; criação do sufrágio com menos restrições, impedindo ainda o voto aos mendigos e analfabetos; separação entre a Igreja e o Estado, não sendo mais assegurado à religião católica o status de religião oficial; e instituição do habeas corpus (garantia concedida sempre que alguém estiver sofrendo ou ameaçado de sofrer violência ou coação em seu direito de locomoção – ir, vir, permanecer –, por ilegalidade ou abuso de poder).
3ª - Constituição de 1934 (Segunda República)
Presidido por Getúlio Vargas, o país realiza nova Assembleia Constituinte, instalada em novembro de 1933.
A Constituição, de 16 de julho de 1934, traz a marca getulista das diretrizes sociais e adota as seguintes medidas: maior poder ao governo federal; voto obrigatório e secreto a partir dos 18 anos, com direito de voto às mulheres, mas mantendo proibição do voto aos mendigos e analfabetos; criação da Justiça Eleitoral e da Justiça do Trabalho; criação de leis trabalhistas, instituindo jornada de trabalho de oito horas diárias, repouso semanal e férias remuneradas; mandado de segurança e ação popular.
Essa Constituição sofreu três emendas em dezembro de 1935, destinadas a reforçar a segurança do Estado e as atribuições do Poder Executivo, para coibir, segundo o texto, “movimento subversivo das instituições políticas e sociais”. Foi a Constituição que vigorou por menos tempo no Brasil: apenas três anos.
4ª - Constituição de 1937
Em 10 de novembro de 1937, Getúlio Vargas deu um golpe de Estado e assumiu poderes ditatoriais. Ele revogou a Constituição de 1934, dissolveu o Congresso e outorgou ao país, sem qualquer consulta prévia, a Carta Constitucional do Estado Novo, de inspiração fascista, com a supressão dos partidos políticos e concentração de poder nas mãos do chefe supremo do Executivo. Essa Carta é datada de 10 de novembro de 1937.
Entre as principais medidas adotadas, destacam-se: instituição da pena de morte; supressão da liberdade partidária e da liberdade de imprensa; anulação da independência dos Poderes Legislativo e Judiciário; restrição das prerrogativas do Congresso Nacional; permissão para suspensão da imunidade parlamentar; prisão e exílio de opositores do governo; e eleição indireta para presidente da República, com mandato de seis anos.
Com a derrota da Alemanha na Segunda Guerra Mundial, as ditaduras direitistas internacionais entraram em crise e o Brasil sofreu as consequências da derrocada do nazifascismo. Getúlio Vargas tentou, em vão, permanecer no poder, mas a grande reação popular, com apoio das Forças Armadas, resultou na entrega do poder ao então presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), José Linhares, após a deposição de Vargas, ocorrida em 29 de outubro de 1945. 
O novo presidente constituiu outro ministério e revogou o artigo 167 da Constituição, que adotava o estado de emergência, acabando também com o Tribunal de Segurança Constitucional. Ao fim de 1945, as eleições realizadas para a Presidência da República deram vitória ao general Eurico Gaspar Dutra, empossado em 31 de outubro de 1946, que governou o país por decretos-lei, enquanto preparava-se uma nova Constituição. 
5ª - Constituição de 1946
 Essa Constituição, datada de 18 de setembro de 1946, retomou a linha democrática de 1934 e foi promulgada de forma legal, após as deliberações do Congresso recém-eleito, que assumiu as tarefas de Assembleia Nacional Constituinte.
Entre as medidas adotadas, estão o restabelecimento dos direitos individuais, o fim da censura e da pena de morte. A Carta também devolveu a independência ao Executivo, Legislativo e Judiciário e restabeleceu o equilíbrio entre esses poderes, além de dar autonomia a estados e municípios. Outra medida foi a instituição de eleição direta para presidente da República, com mandato de cinco anos. 
As demais normas estabelecidas por essa Constituição foram: incorporação da Justiça do Trabalho e do Tribunal Federal de Recursos ao Poder Judiciário; pluralidade partidária; direito de greve e livre associação sindical; e condicionamento do uso da propriedade ao bem-estar social, possibilitando a desapropriação por interesse social.
Destaca-se, entre as emendas promulgadas à Carta de 1946, o chamado ato adicional, de 2 de setembro de 1961, que instituiu o regime parlamentarista. Essa emenda foi motivada pela crise político-militar após a renúncia de Jânio Quadros, então presidente do país. Como essa emenda previa consulta popular posterior, por meio de plebiscito, realizado em janeiro de 1963, o país retomou o regime presidencialista, escolhido pela população, restaurando, portanto, os poderes tradicionais conferidos ao presidente da República.
Em 1964, o golpe militar derrubou João Goulart e conduziu o país a uma nova ditadura.
6ª - Constituição de 1967
O contexto predominante nessa época era o autoritarismo e a política da chamada segurança nacional, que visava combater inimigos internos ao regime, rotulados de subversivos. Instalado em 1964, o regime militar conservou o Congresso Nacional, mas dominava e controlava o Legislativo. Dessa forma, o Executivo encaminhou ao Congresso uma proposta de Constituição que foi aprovada pelos parlamentares e promulgada no dia 24 de janeiro de 1967. 
Mais sintética do que sua antecessora, essa Constituição manteve a Federação, com expansão da União, e adotou a eleição indireta para presidente da República, por meio de Colégio Eleitoral formado pelos integrantes do Congresso e delegados indicados pelas Assembleias Legislativas. O Judiciário também sofreu mudanças, e foram suspensas as garantias dos magistrados.
Essa Constituição foi emendada por sucessiva expedição de Atos Institucionais (AIs), que serviram de mecanismos de legitimação e legalização das ações políticas dos militares, dando a eles poderes extra-constitucionais. De 1964 a 1969, foram decretados 17 atos institucionais, regulamentados por 104 atos complementares. 
Um desses atos, o AI-5, de 13 de dezembro de 1968, foi um instrumento que deu ao regime poderes absolutos e cuja primeira consequência foi o fechamento do Congresso Nacional por quase um ano e o recesso dos mandatos de senadores, deputados e vereadores, que passaram a receber somente a parte fixa de seus subsídios.  Entre outras medidas do AI-5, destacam-se: suspensão de qualquer reunião de cunho político; censura aos meios de comunicação, estendendo-se à música, ao teatro e ao cinema; suspensão do habeas corpus para os chamados crimes políticos; decretação do estado de sítio pelo presidente da República em qualquer dos casos previstos na Constituição; e autorização para intervenção em estados e municípios. O AI-5 foi revogado em 1978.
7ª - Constituição de 1988 (Constituição Cidadã)
Em 27 de novembro de 1985, foi convocada a Assembleia Nacional Constituinte com a finalidade de elaborar novo texto constitucional para expressar a realidade social pela qual passava o país, que vivia um processo de redemocratização após o término do regime militar.
Datada de 5 de outubro de 1988, a Constituição inaugurou um novo arcabouço jurídico-institucional no país, com ampliação das liberdades civis e os direitos e garantias individuais. A nova Carta consagrou cláusulas transformadoras com o objetivo de alterar relações econômicas, políticas e sociais, concedendo direito de voto aos analfabetos e aos jovens de 16 a 17 anos. Estabeleceu também novos direitos trabalhistas, como redução da jornada semanal de 48 para 44 horas, seguro-desemprego e férias remuneradas acrescidas de um terço do salário.
Outras medidas adotadas Constituição de 88 foram: instituição de eleições majoritárias em dois turnos; direito à greve e liberdade sindical; aumento da licença-maternidade de três para quatro meses; licença-paternidade de cinco dias; criação do Superior Tribunal de Justiça (STJ) em substituição ao Tribunal Federal de Recursos; criação dos mandados de injunção, de segurança coletivo e restabelecimento do habeas corpus. Foi também criado o habeas data (instrumento que garante o direito de informações relativas à pessoa do interessado, mantidas em registros de entidades governamentais ou banco de dados particulares que tenham caráter público).
Destacam-se ainda as seguintes mudanças; reforma no sistema tributário e na repartição das receitas tributárias federais, com propósito de fortalecer estados e municípios; reformas na ordem econômica e social, com instituição de política agrícola e fundiária e regras para o sistema financeiro nacional; leis de proteção ao meio ambiente; fim da censura em rádios, TVs, teatros, jornais e demais meios de comunicação; e alterações na legislação sobre seguridade e assistência social.
Até agora, a Constituição de 1988 já recebeu 91 emendas*.

Texto: Helena Daltro Pontual / Agência Senado
Foto: Pedro França / Agência Senado


Jovens brasileiros se destacam em concurso de redação promovido pela ONU.

Reduzir a pobreza por meio de atividades produtivas tendo em vista a preservação do meio ambiente foi uma das ideias abordadas pela estudante brasileira Telma Giovana de Freitas, que com outros dois jovens, um mexicano e um peruano, ficaram nos três primeiros lugares do concurso de redação promovido pelas Nações Unidas sobre desafios para industrialização dos países da América Latina e Caribe.

Reduzir a pobreza por meio de atividades produtivas tendo em vista a preservação do meio ambiente foi uma das ideias abordadas pela estudante brasileira Telma Giovana de Freitas, que com outros dois jovens, um mexicano e um peruano, ficaram nos três primeiros lugares do concurso de redação promovido pelas Nações Unidas sobre desafios para industrialização dos países da América Latina e Caribe.
A Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO), por meio do Escritório da América Latina e Caribe, lançou no fim do ano passado concurso de redações para jovens latino-americanos e caribenhos cujo tema era “Os desafios da industrialização na região da América Latina e Caribe para alcançar o objetivo de desenvolvimento sustentável  e o Desenvolvimento Industrial Inclusivo e Sustentável (ISID)”.
Entre outros prêmios, os três vencedores ganharam uma viagem para Viena de ida e volta com acomodação para apresentar a redação para a comunidade diplomática e especialistas da UNIDO, além de uma bolsa de 800 euros. Os dez melhores ganharam cursos online de desenvolvimento profissional doados pela Comissão Internacional para o Desenvolvimento da Força de Trabalho (ICWFD).
Entre as dez melhores redações está a de outra brasileira: Kamila Athar Alencar, que fez um trabalho sobre o papel da educação na industrialização, sustentabilidade e do desenvolvimento da América Latina e do Caribe, e a do brasileiro Hiran Catuninho Azevedo, que tratou do tema da inovação. Os dez primeiros postos também foram preenchidos por jovens de México, Guiana e Honduras.

“Foi fascinante ler os trabalhos de jovens da região da América Latina e Caribe. Fiquei impressionado com o modo com o qual eles abordaram diferentes assuntos e com suas visões pioneiras. Os jovens serão essenciais para atingir os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável”, disse o chefe da Divisão para América Latina e Caribe da UNIDO.


Fonte: ONUBRASIL
nacoesunidas.org

ONU: Polícia brasileira matou mais de 2 mil pessoas em 2015, em sua maioria afrodescendentes

Chefe de Direitos Humanos das Nações Unidas falou sobre o tema durante reunião em Genebra. Comunidades de afrodescendentes e de praticantes de religiões de origem africana no Brasil são tema de avaliação feita pela relatora especial da ONU sobre minorias, Rita Izsák-Ndiaye, no dia 15 de março; relator sobre a tortura condenou a prática recorrente de tortura e maus-tratos nos presídios e delegacias brasileiros.
 Foto: Agência Brasil / Marcelo Camargo
O chefe de Direitos Humanos das Nações Unidas, Zeid Ra’ad Al Hussein, afirmou nesta quinta-feira (10) que a polícia brasileira foi responsável pela morte de mais de 2 mil pessoas em 2015. Vítimas eram, em sua maioria, pessoas negras.
Comunidades de afrodescendentes no Brasil serão tema de avaliação feita pela relatora especial da ONU sobre minorias, Rita Izsák-Ndiaye. O documento, que também analisará a situação de comunidades tradicionais e de grupos praticantes de religiões de origem africana, será divulgado na próxima semana (15).
Embora reconheça que o governo brasileiro tem tomado medidas para garantir os direitos dos negros no país, Zeid disse ter sido informado, durante sua passagem pelo Brasil, no ano passado, sobre a insegurança que muitos jovens negros sentem diante da violência policial e da impunidade.
O alerta do chefe de Direitos Humanos foi feito em meio a um amplo pronunciamento sobre as violações dos direitos humanos no mundo todo, por ocasião da 31ª Sessão do Conselho de Direitos Humanos. Até 24 de março, o organismo vai avaliar a conjuntura de diferentes países a partir de relatórios preparados por especialistas independentes.

Na terça-feira (8), o relator especial da ONU sobre tortura, Juan E. Méndez, condenou a prática recorrente de tortura e maus-tratos nos presídios e delegacias brasileiros. O especialista visitou o país no ano passado, quando pôde analisar a situação de diversos locais de encarceramento. Méndez apontou que o sistema carcerário é marcado por um “racismo institucional” no Brasil, onde quase 70% dos presos são negros.

Fonte: ONUBRASIL
nacoesunidas.org

terça-feira, 8 de março de 2016

HOMENAGEM AO DIA ITERNACIONAL DA MULHER


A Central Popular de Comunicação vem fazer esta homenagem a todas as mulheres do mundo e sente a satisfação de ter como referência Mulheres Parteiras que assemelham-se a anjos de guarda estando sempre apostos a servir com altruismo e incondicionalmente agindo na defesa da vida. 
Parabéns Mulheres, parabéns Anjos do Amor! 

segunda-feira, 7 de março de 2016

SUPOSTA INTERVENÇÃO MILITAR É COGITADA POR COLUNISTAS DO JORNAL O GLOBO

Centenas de pessoas se aglomeraram diante da sede da Globo, no Rio de Janeiro, neste domingo; manifestantes expressaram sua revolta contra a campanha de ódio movida pela emissora dos Marinho contra o ex-presidente Lula, reconhecido pela população como o melhor presidente da história.
Num dos cartazes, manifestante pede para ser levada para o triplex em Paraty, utilizado pela família Marinho, mas registrado em nome de uma empresa offshore no Panamá; Globo tenta impor seu golpe branco, mas não contava com a reação popular; colunistas do jornal O Globo já pedem ajuda dos militares para conter a desordem que ela própria criou.
A Globo, que ajudou a implantar uma ditadura militar no Brasil, e dela se beneficiou amplamente, construindo de mãos dadas com os generais o maior monopólio de comunicação do mundo, volta a flertar com os quartéis.
Assustada com a onda de solidariedade que se formou em relação ao ex-presidente Lula, composta por juristas, sindicatos, movimentos sociais, entidades estudantis, artistas, intelectuais e, sobretudo, pessoas comuns que ascenderam socialmente durante seus dois governos, a Globo usou dois de seus principais colunistas, Merval Pereira e Ricardo Noblat, para disseminar a tese de que os militares estariam prontos para colocar ordem na casa – assim como em 1964.

"Militares colocaram tropas à disposição para garantir a ordem pública", disse Merval, que classificou os cidadãos que defendem a democracia como "milícias petistas", avisa Noblat; "Os generais estão temerosos com a conjugação das crises política e econômica e com o que possa derivar disso. Cobram insistentemente aos seus interlocutores do meio civil para que encontrem uma saída". 

Leia mais em:
Brasil247
http://www.brasil247.com

Adaptado por Cicero Do Carmo

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