SÃO PAULO -
Diversas prisões de integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem
Terra) estão chamando atenção por conta da forma como estão sendo sustentadas
na Justiça.
Quatro militantes foram presos em Goiás com base na Lei
12.850, que tipifica organizações criminosas. Entre eles está José Valdir
Misnerovicz, que atua no movimento há 30 anos, e está preso desde maio.
Atualmente o
movimento tem reforçado seu repúdio contra a "criminalização" de suas
lideranças e pede revogação das ordens de prisão. Estes integrantes estão
presos por conta da ocupação da Usina Santa Helena, um terreno de 22
mil hectares, o que torna isto uma das maiores ações do MST neste ano no País.
Esta é a primeira
vez que a Justiça aceita uma denúncia do Ministério Público contra lideranças
sociais com base na lei de 2013 sobre organizações criminosas, em especial o
artigo 2.º, que conta com o texto da lei antiterrorismo, que começou a vigorar
dias antes da prisão dos sem-terra, o que está preocupando as lideranças do
movimento.
"A luta pela
terra está sofrendo um novo estágio de criminalização, que passa pelos
confrontos e atinge a judicialização", afirmou Luiz Zarref, da coordenação
nacional do movimento ao jornal O Estado de S. Paulo. "A questão da terra
não pode ser colocada como algo criminoso, especialmente quando se está diante
de um dos grandes devedores da União", disse, referindo à situação da
Usina Santa Helena, que está em processo de recuperação judicial e com dívidas.
Fonte: /br.noticias.yahoo.com