Os trechos abaixo, com as devidas correções ortográficas,
vieram do Twitter de Eduardo Cunha, presidente da Câmara dos Deputados.
“Chega
desse espetáculo deprimente que envergonha a todos nós. Não à república gay.”
Que chique será viver na república gay. Terá o Ministério
do Babado? Bacana seria ver Ivete Sangalo como a primeira ministra trans do
Brasil. A ideia de uma república gay, dividida nos três poderes (top, bottom e
versátil), só confirma o quanto é sem graça hoje o nosso Estado laico e
heteronormativo, sem cor e sem vida.
“E preciso esclarecer que achei absurda essa cena de beijo gay
na TV. É preciso respeitar as famílias.”
A obscenidade está nos olhos de quem vê, nos ouvidos de
quem ouve. Já reparou no modo libidinoso como a Globo anuncia os filmes da Tela
Quente? Cresci numa época em que crianças viam TV Colosso, um programa infantil
apresentando por uma cadela nua. Nua!
“Bando de sodomitas, parece que são alunos da sodoministra das
mulheres, aquela abortista. Tudo isso é um plano do inimigo e vamos lutar.”
Sobre a sodoministra, uma questão: qual a razão de um
sodomita querer abortar? Tudo isso é novidade para mim. Sou fascinado pela
anatomia humana, mas confesso que agora estou confuso sobre quais seriam os
órgãos que compõem o sistema reprodutor.
“Não
é verdade, amigos, que Dilma defenda o aborto e seja contra Jesus e que o vice
dela, Michel Temer, tenha algo com seitas satânicas.”
Poxa. Fosse o vice-presidente satanista, seria até mais
divertido.
“Boa tarde a todos. Não poderia deixar de expressar a minha
repulsa pela cena da TV de beijo gay. Daqui a pouco vão colocar cenas de sexo
gay.”
O que esperar de uma geração que cresce vendo beijo gay
na novela? Logo os jovens se projetarão nas personagens homossexuais e veremos
na rua uma gente mais bem vestida e ouvindo Rihanna no celular. Acredito que
piercing no mamilo seja uma moda passageira.
“Vamos combater qualquer preconceito, seja contra cor, raça,
religião, sexo, opção sexual e qualquer outro.”
Opção sexual é aquele momento em que o sujeito para, fuma
e pensa: “Tá, será que eu tenho desejo por homens ou tenho desejo por mulheres?
É, é, melhor eu ter desejo por mulheres pra não correr o risco de apanhar na
rua.”
“Boa noite. Agora já querem discutir adoção. Imagina só, como
pode uma criança ser educada assim? Isso é realmente a destruição da família.”
Estranhamente, o homossexual que deseja ter um filho está
destruindo a família. Simplesmente não faz sentido. E tanta criança precisando
de um pai lá fora. Nada ameaça mais a família do que uma autoridade que quer
limitar o conceito de família.
“Sim, a família composta de homem, mulher e filhos.”
Um político me dizendo o que é uma família. Autoridades
odeiam o cidadão livre. A ideia de um cidadão livre é um horror. E quando você
diz que, como indivíduo, constitui a família que quiser, falam da manipulação
da mídia, do lobby gay.
“Essa história de casamento gay já está passando dos limites do
bom senso e excesso de mídia e de lobby.”
Olha lá, não falei?
“Se eles têm o dia do orgulho gay, por que não podemos ter o
dia do orgulho hétero?”
Às vezes eu tenho a impressão de que essas pessoas sabem
que ser gay é um negócio tão bom, tão divertido, que eles se incomodam de não
poder brincar também.
“Agora a marcha da maconha. Daqui a pouco alguém vai entrar no
STF pedindo o reconhecimento da união com a droga.”
Em breve, liberarão também o casamento entre abortos do
mesmo sexo e, não duvido, aprovarão a legalização das drogas como método
contraceptivo. Na Bélgica, eutanásia infantil é uma realidade. Daqui a pouco
vai ser possível a um aborto gay decidir se quer falecer mergulhado num frasco
de poppers.
“Boa noite a todos. Muitos ativistas gays agredindo muito no
Twitter. Isto é heterofobia. Calma, gente.”
A heterofobia, já falei antes, surge muito cedo. A
criança carrega consigo uma aversão à heterossexualidade desde pequena. Muitos
pais são expulsos de casa quando o filho descobre que eles são heterossexuais.
Disso pouco se comenta.
“O que eles querem é que os que são héteros fiquem
envergonhados. Isso é um absurdo.”
Algumas pessoas
acreditam mesmo naquilo que ouvem na lotação e saem reproduzindo por aí o
discurso que ouviram. Nesse caso, se os gays estão dominando o mundo, cadê o
meu Apple Martini? E por que tanta insistência em falar de gays? Parece reunião
de pauta de um programa da Luciana Gimenez
Por: Guy Franco Blogueiro