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quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Precisamos de um novo prefeito ou de uma nova prefeitura?



Petrolina amanheceu hoje com a decisão do Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE) que afasta o prefeito Júlio Lóssio (PMDB) e seu vice Guilherme Coelho (PSDB) para que Fernando Filho (PSB) e Gennedy Patriota (PTB) possam assumir o “controle” do município. O que isso significa? Qual é a dimensão de uma decisão como essa? Será alguma “mudança profunda”, como prega um blogueiro muito acessado em nossa cidade?

Duvidamos muito. O que estamos assistindo é a mais um capítulo de uma velha alternância de poder entre dois grupos de uma mesma família, que, em um passeio pelos logradouros, prédios públicos e museus constata-se facilmente: há muito tempo vivem em função da máquina administrativa municipal.

De um lado, temos o “doutor” Júlio, forjado prefeito em um programa radiofônico de prestação de serviços à comunidade, que nesta eleição contou com o auxílio luxuoso do ex-deputado Osvaldo Coelho e todo o seu aparato midiático de rádio e TV; e, do outro lado, o deputado federal e filho de Fernando Bezerra Coelho, ex-ministro da Integração Nacional e virtual candidato ao governo de Pernambuco, que se aliou ao ex-desafeto Gonzaga Patriota para que ambos galguem voos mais profundos na administração dos recursos petrolinenses e, quiçá, pernambucanos.

De ontem para hoje assistimos à entrega do bastão de um grupo ao outro, como naquelas disputas de revezamento em que um competidor passa o objeto tão desejado e todos sobem juntos ao pódio. Para competir, treinam no mesmo time e aprendem a mesma lição, mas a ganância humana ensina que um precisa ser melhor (acumular mais) que o outro. Passam então a travar uma disputa pessoal e, para todos os efeitos, tem-se a impressão de que se odeiam mutuamente. Puro jogo de cena. Nas confraternizações familiares, se abraçam afetuosamente e riem à toa, com a boca cheia de whisky.

O povo é que permanece com a boca cada vez mais fechada, porque nesta disputa dos lados sobra pouco espaço para a expressão genuína dos anseios populares. Como os meios de comunicação estão fatiados entre os dois grupos e os seus respectivos cabos eleitorais, por onde gritar para que entendam que não queremos simplesmente um novo prefeito, mas sim uma nova prefeitura? Não queremos ficar nesse lugar apequenado e manipulado para a alternância desses grupos que querem se perpetuar no comando do município. Não aceitamos essas duas opções e, por isso, não vamos cair nesse jogo de afirmar que torcemos para B ou A.

Sabe o que queremos mesmo? Queremos é PARTICIPAÇÃO POPULAR. Queremos o povo no poder, com o fortalecimento das instâncias de controle social do município, que sempre foram aparelhadas, desprezadas e negadas pelos dois grupos. Queremos orçamento, de fato, participativo. Queremos ações de valorização da cultura popular, com a realização dos festivais de música, teatro, literatura, artes visuais e todas as linguagens artísticas.

Temos uma juventude criativa e com sede de mudanças profundas sim. É por isso que queremos mais que um novo prefeito: UMA NOVA PREFEITURA.


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