Cerca de 3.000
trabalhadores da imprensa na Argentina protestaram nesta quarta-feira para
reclamar contra as demissões, a precarização da atividade jornalística e por
melhores salários em um momento de protestos sindicais sobre os aumentos de
tarifas dos serviços básicos e o aumento da inflação.
Um dia depois que a
Argentina comemorou o Dia do Jornalista, diversas redações ficaram quase vazias
devido a participação de seus trabalhadores em uma marcha no centro de Buenos
Aires.
No protesto, denunciaram a
demissão de 2.500 trabalhadores de meios de comunicação públicos e privados nos
últimos seis meses em todo o país, entre eles mil na capital, segundo um
levantamento do Sindicato de Imprensa de Buenos Aires (SIPREBA).
"No último semestre,
a precarização endêmica da atividade jornalística se agravou com a perda de
mais de 2.000 postos de trabalho, entre públicos e privados, em um contexto
nacional de quase 200.000 demissões em todas as atividades", denunciou o
coletivo de jornalistas.
O sindicato afirmou que
existem "salários mais baixos que o valor da cesta básica", que a
consultora privada FIEL marcou em abril em 10.000 pesos (US$ 714) na cidade de
Buenos Aires. Na Argentina, o salário mínimo é em torno de 450 dólares.
O protesto foi mais um que
se vê todos os dias pelo país devido ao aumento das tarifas de água, luz e gás
usuários residenciais, das pequenas e médias empresas (Pymes) e dos sindicatos
de professores, de saúde e dos metalúrgicos, entre outros.
O presidente Mauricio
Macri que começou em dezembro sua gestão com a promessa de reordenar as contas
públicas em uma economia fraca e de baixar a inflação, não conseguiu até o
momento controlar o aumento do custo de vida, que nos primeiros seis meses de
seu governo ficou em 25% e se aproxima de 40% anual.
Nesse contexto, os
trabalhadores da imprensa expressaram seu descontentamento com o selo de uma
negociação coletiva - que na Argentina ajusta os salários anualmente por lei
entre os sindicatos e os empregadores - em um máximo de 27%, dividido até
janeiro de 2017.
Fonte: AFP - Agence France-Presse