Mulheres agricultoras protestam contra a PPP e pela reforma agrária. (Foto: Juliane Peixinho/G1)
Dois dias depois do dia 8 de março, em que se comemora no
mundo inteiro o Dia de Luta das Mulheres, cerca de 300 mulheres Sem Terra
realizaram um protesto, nesta segunda-feira (10), em frente à Companhia de
Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba (Codevasf), em Petrolina
(PE).
Elas exigem que a Codevasf seja a adutora para o abastecimento de água em
todos os assentamentos do Vale do São Francisco, assim como cobram pelo
abastecimento, tratamento e estruturação de água para consumo das áreas de
reforma agrária.
PPP
A Parceria Público Privada da fazenda Pontal Sul, conhecida
como Projeto Pontal, também é combatida pelas camponesas que reivindicam a
desapropriação da área para fins de reforma agrária.
Em 2004, a fazenda Pontal Sul foi ocupada pelos Sem Terra,
cuja área total do projeto é de 33.526 hectares. Segundo as mulheres, trata-se
de um latifúndio público que deveria ser de uso do povo brasileiro, mas que
será privatizado para uso de poucos.
O projeto de implantação da infraestrutura de irrigação, que
já foi parcialmente construída pela Codevasf com dinheiro público, vem se
arrastando há anos.
As Sem Terra também denunciam que “com a implantação do
projeto, as águas do Rio São Francisco, responsáveis em beneficiar toda a
população que vive às suas margens, acabaria favorecerá apenas poucas empresas
do agronegócio, possivelmente de capital estrangeiro”, disse Suely Silva, da
direção estadual do setor de Gênero do MST.
As mobilizações da Jornada de Luta das Mulheres Sem Terra
seguem até esta terça-feira (11) no estado de Pernambuco. Desde a semana passada, as mulheres organizadas em torno da
Via Campesina realizam mobilizações em todo o país para relembrar o 8 de março.
Neste ano de 2014, a jornada organizada pelas mulheres da Via
Campesina traz o lema Mulheres Sem Terra na luta contra o capital e pela
Reforma Agrária Popular.
Fonte: http://www.brasildefato.com.br/node/27674