A implantação de uma empresa de call center em
Petrolina, promete novas polêmicas. Acontece que a prefeitura municipal
quer doar o prédio do antigo Colégio Motiva, onde funcionou
a Secretaria de Educação, gratuitamente para a empresa “como incentivo”.
Isso mesmo: vendem os prédios públicos, as
secretarias vão para casas de particulares pagando aluguel e agora um
imóvel caro como esse vão dar de graça.
Até os vereadores de oposição já estão convencidos
e prometem votar na doação da área, por medo da reação dos eleitores, já
que a empresa promete gerar empregos na cidade.
Ninguém procurou saber na Jucepe ou na da
AD-Diper a idoneidade da empresa, nem o que recebeu de incentivos, onde já se
instalou ou outras informações relevantes. Ninguém pensou também na
possibilidade de apenas ceder as instalações do patrimônio da cidade, sem
transferir a posse do bem público para mãos de particulares.
Quer ajudar, vai gerar empregos, ótimo. Fica de
graça enquanto estiver funcionando. Poder ficar de graça sem pagar aluguel,
quer incentivo maior?
“Em Petrolina é assim, para empresário de
fora tudo pode, mas investir nos (empresários) locais nem pensar.
Quantos milhões custa um prédio desses?”, pergunta um empresário da cidade, que
recebe apenas a fiscalização e a pressão para pagar os impostos.
Vereador tem que pensar é em fiscalizar o
Executivo, proteger o patrimônio do povo e exigir regras claras, e não somente
em não perder o voto. Já não bastam tantos terrenos vendidos e que o
dinheiro não aparece? agora querem dar uma edificação inteira.
Tudo isso poderia parecer até aceitável. Mas é que
leilões, vendas e doações são fatos tão nebulosos na cidade que é difícil
acreditar em boa fé.