Uma movimentação especial neste sábado (23)
alterou a habitual paisagem do pátio da feira do bairro João de Deus, em
Petrolina/PE. Roda de capoeira, apresentações de bandas e exibição de vídeos
proporcionaram aos moradores do bairro um momento de reflexão em torno do Dia
Nacional da Consciência Negra, celebrado na última quarta-feira (20 de
novembro).
Durante três horas, os/as artistas se
revezaram aos olhares das dezenas de comunitários/as que compareceram ao evento,
que teve o sugestivo título “Cumba: quebrando preconceitos”. Na linguagem
Yorubá, “Cumba” significa “negro forte e valente”.
E foi inspirado na força e valentia dos
mestres capoeiristas que o grupo Zumbi de capoeira abriu a noite de
apresentações. Os movimentos rápidos e precisos chamaram a atenção do público,
contagiando as crianças presentes. Em determinado momento, nos quatro cantos da
feira havia pessoas jogando capoeira.
Reunido em torno da roda, o grupo de
moradores do bairro teve a oportunidade de refletir sobre a negritude
assistindo ao documentário “História da resistência negra no Brasil”. Com
depoimentos de heróis e heroínas na luta pela liberdade no país, o vídeo fez uma retrospectiva dos
movimentos de resistência liderados por negros/as, como o “Quilombo dos
Palmares” e a “Revolta da Chibata”.
Logo após a exibição do documentário, a banda
Fogo no Munturo, do ponto de cultura “A história dos heróis do povo negro”,
sediado na Associação das Mulheres Rendeiras, no bairro José e Maria, trouxe um
repertório ensaiado especialmente para se apresentar nos eventos de comemoração
da Consciência Negra. Músicas como “Olhos Coloridos”, eternizada na voz de
Sandra de Sá, e “Olhos Azuis”, de Édson Gomes, animaram as pessoas.
Ao som da ciranda, foi formada uma roda de
mãos entrelaçadas, que deram passagem para a última atração: a banda de
moradores do bairro João de Deus, com Cícero nos vocais e Wagner na bateria. No
repertório, muito forró, para lembrar que a Consciência se faz na aproximação
dos corpos: dança, reflexão e luta pela conquista das mudanças necessárias.