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segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Institutos do Rio montam ‘exército’ contra síndrome neurológica ligada ao zika

O Instituto Oswaldo Cruz, a Universidade Federal Fluminense (UFF) e o Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC) trabalharão a partir desta semana num grande esforço conjunto unindo laboratórios e pesquisadores das duas instituições com o objetivo de estudar a síndrome Guillain-Barré.
Reação do sistema imune a agentes externos que pode levar a paralisia e até à morte, a doença tem registrado aumento em diferentes Estados e, segundo especialistas e o Ministério da Saúde, a elevação pode estar relacionada ao zika vírus.
Entre seus sintomas estão fraqueza muscular e a paralisia dos músculos, que começam pelas pernas e podem progredir ao tronco, braços e face. Em alguns casos, há a paralisia total dos membros ou efeitos graves sobre os músculos respiratórios.
A notificação de casos de Guillain-Barré ainda não é obrigatória no Brasil, o que torna difícil obter dados nacionais. No entanto, números isolados que têm sido divulgados dão uma ideia da crescente gravidade do problema.
O Hospital Universitário Antônio Pedro, da UFF, em Niterói (RJ), não costumava receber mais de cinco casos da doença por ano, mas somente em janeiro já recebeu 16. Na Bahia, a Secretaria de Saúde estadual divulgou no final do ano passado um boletim registrando 35 casos apenas entre julho e novembro de 2015.
E no Estado de Alagoas, um hospital de Maceió, a Santa Casa do Farol, tem atendido um número crescente de pessoas com a doença. "Em 2014 atendemos somente 14 casos em todo o ano. Já em 2015 foram mais de 50, e desde o início de 2016 já foram mais 14 casos", diz o hematologista Wellington Galvão.
Diante disso e da preocupação em torno das complicações causadas pela doença, entre elas danos neurológicos e diferentes graus de paralisia muscular, o Instituto Oswaldo Cruz, o Neuro UPC, Unidade de Pesquisa Clínica em Neurologia da UFF, e o Laboratório de Bioinformática do LNCC trabalharão em parceria em um novo projeto de pesquisa focado na síndrome.

"O estudo envolvendo os departamentos de imunologia e genômica do Oswaldo Cruz é uma cooperação de pesquisa para que possamos entender melhor por que surgem essas complicações, como melhor tratá-las e, principalmente, preveni-las", diz o neurologista Osvaldo Nascimento, coordenador do Neuro UPC e responsável pelo atendimento dos pacientes de Guillain-Barré no Hospital Universitário Antônio Pedro, da UFF, referência nacional em neuropatias periféricas.

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