O Instituto Oswaldo Cruz, a Universidade Federal
Fluminense (UFF) e o Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC)
trabalharão a partir desta semana num grande esforço conjunto unindo
laboratórios e pesquisadores das duas instituições com o objetivo de estudar a
síndrome Guillain-Barré.
Reação do sistema imune a agentes externos que pode levar
a paralisia e até à morte, a doença tem registrado aumento em diferentes
Estados e, segundo especialistas e o Ministério da Saúde, a elevação pode estar
relacionada ao zika vírus.
Entre seus sintomas estão fraqueza muscular e a paralisia
dos músculos, que começam pelas pernas e podem progredir ao tronco, braços e
face. Em alguns casos, há a paralisia total dos membros ou efeitos graves sobre
os músculos respiratórios.
A notificação de casos de Guillain-Barré ainda não é
obrigatória no Brasil, o que torna difícil obter dados nacionais. No entanto,
números isolados que têm sido divulgados dão uma ideia da crescente gravidade
do problema.
O Hospital Universitário Antônio Pedro, da UFF, em
Niterói (RJ), não costumava receber mais de cinco casos da doença por ano, mas
somente em janeiro já recebeu 16. Na Bahia, a Secretaria de Saúde estadual
divulgou no final do ano passado um boletim registrando 35 casos apenas entre
julho e novembro de 2015.
E no Estado de Alagoas, um hospital de Maceió, a Santa
Casa do Farol, tem atendido um número crescente de pessoas com a doença.
"Em 2014 atendemos somente 14 casos em todo o ano. Já em 2015 foram mais de
50, e desde o início de 2016 já foram mais 14 casos", diz o hematologista
Wellington Galvão.
Diante disso e da preocupação em torno das complicações
causadas pela doença, entre elas danos neurológicos e diferentes graus de
paralisia muscular, o Instituto Oswaldo Cruz, o Neuro UPC, Unidade de Pesquisa
Clínica em Neurologia da UFF, e o Laboratório de Bioinformática do LNCC
trabalharão em parceria em um novo projeto de pesquisa focado na síndrome.
"O estudo envolvendo os departamentos de imunologia
e genômica do Oswaldo Cruz é uma cooperação de pesquisa para que possamos
entender melhor por que surgem essas complicações, como melhor tratá-las e,
principalmente, preveni-las", diz o neurologista Osvaldo Nascimento,
coordenador do Neuro UPC e responsável pelo atendimento dos pacientes de
Guillain-Barré no Hospital Universitário Antônio Pedro, da UFF, referência
nacional em neuropatias periféricas.
Veja mais em : BBC BRASIL
http://www.bbc.com/
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