Aos 34 minutos desta quarta-feira (31), o senador Fernando Bezerra
Coelho (PSB-PE) subiu à Tribuna do Senado para declarar voto favorável ao
impedimento definitivo de Dilma Rousseff à Presidência da República.
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Ao
relembrar a história do Partido Socialista Brasileiro desde 1989 até a ruptura
da legenda com o Governo Dilma, em 2013, Fernando Bezerra afirmou: “Não será
fácil. Mas, é nosso dever colocar o Brasil de volta ao equilíbrio fiscal. Não
existe contradição entre uma política fiscal responsável e políticas de
distribuição de renda e inclusão social”.
Na avaliação do senador, que foi integrante titular da Comissão
Especial do Impeachment no Senado, ficou comprovada e evidente – ao longo de
mais de três meses de trabalho do colegiado, “ouvindo, analisando e debatendo
os argumentos dos denunciantes e da defesa” de Rousseff – a prática dos crimes
pelos quais a presidente afastada é acusada:
a publicação de decretos não
numerados de abertura de créditos suplementares sem a devida autorização prévia
do Congresso Nacional e a distorção de estatísticas fiscais oficiais por meio
de operações de créditos ilegais – prática que tornou-se conhecida como
pedaladas fiscais.
“Que ocultaram um subdimensionamento de bilhões de reais no
orçamento e mascararam as contas públicas em clara afronta à Lei de
Responsabilidade Fiscal”, destacou.
Conforme observou Fernando Bezerra, tais medidas colocaram o Brasil em um
quadro de recessão econômica sem procedentes, registrando-se dois anos
consecutivos de crescimento negativo e quase 12 milhões de desempregados.
“Só
no meu estado de Pernambuco, já são mais 560 mil desempregados, segundos dados
do IBGE: a terceira maior taxa de desemprego do país, embora Pernambuco seja a
décima economia do Brasil”, lamentou o senador, ao sublinhar “a honra” por ter
participado da gestão de Dilma Rousseff, como ministro da Integração Nacional:
“Mas, o nosso apoio, ressalto, jamais foi desprovido de senso crítico”.
Sobre o governo de transição que vai se confirmando, o senador pontuou
que o objetivo principal da nova gestão deve ser reconciliar a nação, por meio
diálogo, para a retomada da confiança, a volta do investimento e o
fortalecimento das instituições e do regime democrático.
“Votarei a favor do
impedimento definitivo depositando a minha confiança e a minha esperança na
construção de um novo momento na vida nacional, que permita ao Brasil se
reencontrar com sua trajetória de crescimento e prosperidade”, afirmou o
socialista pernambucano.