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quarta-feira, 31 de agosto de 2016
Defesa de Dilma já prepara ação no STF
O
ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo e a sua equipe de advogados estão
com estudos adiantados e devem apresentar um mandado de segurança
A
defesa da presidente afastada Dilma Rousseff prepara um recurso ao Supremo
Tribunal Federal (STF) caso o afastamento definitivo da petista seja confirmado
no Senado. O ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo e a sua equipe de
advogados estão com estudos adiantados e devem apresentar um mandado de
segurança.
A
petista demonstrou na segunda-feira disposição para questionar uma decisão
desfavorável no Senado. "Não recorro ao Supremo Tribunal Federal porque
não esgotei esta instância, não terminei aqui. Vim aqui porque respeito esta
instituição. Mas, se (o Senado) der este passo, estará compactuando com
golpe", afirmou Dilma, ao responder ao senador Aloysio Nunes (PSDB-SP),
que questionou por que ela não recorreu ao STF contra o que chama de
"golpe".
Os
recursos propostos pela defesa de Dilma à Corte, até agora, ficaram
circunscritos a questões de procedimento. Os ministros têm mostrado resistência
à ideia de reverter uma decisão do Legislativo. Dias antes da votação sobre a
admissibilidade do processo na Câmara, em abril, o plenário do STF impôs uma
série de derrotas à petista e manteve a votação.
O
ministro Teori Zavascki, em maio, negou um pedido para suspender a decisão da
Câmara. O argumento usado pela defesa da presidente - que ainda não havia sido
afastada - era de que Eduardo Cunha (PMDB-RJ) conduziu o impeachment apenas
para se defender de seu processo de cassação. Teori, porém, entendeu que a
questão invadia o mérito do processo, o que, para ele, não é uma análise que
deve ser feita pelo Judiciário.
"É
muito difícil que o STF venha a fazer consideração sobre o mérito da decisão do
Senado. Essa pelo menos é a jurisprudência (da Corte) até aqui", disse na
segunda o ministro Gilmar Mendes.
Estratégia
Os
advogados estudam a melhor estratégia para propor um recurso que entre no
mérito da discussão, mas sem ultrapassar os "limites" estabelecidos
pelo STF. A defesa deve usar o argumento de que, no impeachment do
ex-presidente Fernando Collor, a maioria do Supremo foi contra voto do ministro
Paulo Brossard, para quem a Corte não deveria analisar a decisão do Legislativo
sobre processo de impeachment.
O
recurso deverá ser abrangente e o eixo central será a ausência de justa causa
para processar a presidente. Dentro deste pressuposto, serão incluídos todos os
atos que a defesa vê como "contaminados".
Um
dos pontos que têm sido questionados por Cardozo é o impedimento dos senadores.
Apesar de ter o dever de atuar como juízes, boa parte dos parlamentares
declarou como seria o voto antes mesmo do início do julgamento.
Outro ponto que
deve ser abordado é a declaração de suspeição, feita pelo presidente do
Supremo, Ricardo Lewandowski, do procurador do Ministério Público junto ao TCU
Julio Marcelo de Oliveira. Cardozo tem alegado que, pela Constituição, nenhuma
lesão a direito pode ficar sem análise do Judiciário. As informações são do
jornal O Estado de S. Paulo.
Por: AE
PROCURADORIA-GERAL DA REPÚBLICA DEFENDE QUE POLÍTICOS NÃO PODEM TER PARTICIPAÇÃO NA RADIODIFUSÃO
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou manifestação ao
Supremo Tribunal Federal (STF) com parecer favorável à ação que questiona a
possibilidade de políticos com mandato eletivo serem beneficiados com a outorga
de concessão de emissoras de rádio e televisão, afirmando que políticos não
podem ter participação, mesmo que indireta, em empresas de radiodifusão.
Imagem da web |
Para
Janot, essa participação “confere poder de influência indevida sobre a
imprensa”.
O
posicionamento responde à Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental
(ADPF) 379, protocolada pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) em dezembro
de 2015 e relatada pelo ministro Gilmar Mendes.
O partido defende que a
Constituição é descumprida quando atos do Executivo permitem que parlamentares
sejam sócios de concessionárias de rádio e televisão, tendo em vista a
liberdade de expressão e o direito à informação. Viola também o artigo 54 da
Constituição, que proíbe a deputados e senadores “firmar ou manter contrato com
(…) empresa concessionária de serviço público”.
A
Procuradoria-Geral da República (PGR) manifestou-se também pela concessão da
cautelar, já que há realização periódica de eleições no país, “com sucessiva
renovação do quadro de lesão a preceitos fundamentais”.
Na
Ação Penal 530, o STF já havia se posicionado sobre o assunto. A ministra Rosa
Weber afirmou, em seu voto, que “a proibição específica de que parlamentares
detenham o controle sobre empresas de (…) radiodifusão” visou evitar o “risco
de que o veículo de comunicação, ao invés de servir para o livre debate e
informação, fosse utilizado apenas em benefício do parlamentar, deturpando a
esfera do discurso público”.
Segundo
a ministra do STF, “democracia não consiste apenas na submissão dos governantes
à aprovação em sufrágios periódicos. Sem que haja liberdade de expressão e de
crítica às políticas públicas, direito à informação e ampla possibilidade de
debate de todos os temas relevantes para a formação da opinião pública, não há verdadeira
democracia”.
Continua Rosa Weber: “para garantir esse espaço livre para o
debate público, não é suficiente coibir a censura, mas é necessário igualmente
evitar distorções provenientes de indevido uso do poder econômico ou político”.
Na
manifestação dirigida ao STF, Janot ainda pede que a Presidência da República e
o Ministério das Comunicações não outorguem ou renovem concessões, permissões e
autorizações de radiodifusão a políticos.
O pedido se estende ao Congresso
Nacional, para que se abstenha de aprovar as outorgas, e também ao Judiciário,
para não que não diplome políticos que participem desse tipo de empresa.
Segundo o procurador-geral, a prática viola a isonomia, o pluralismo político e
a soberania popular.
Atualmente, conforme dados cruzados da Agência Nacional de
Telecomunicações e do Tribunal Superior Eleitoral, cerca de 30 deputados
federais e oito senadores são sócios de pessoas jurídicas que exploram
atividades de radiodifusão.
Para
Janot, a radiodifusão é essencial para efetivar a liberdade de expressão e o
direito à informação. Segundo ele, quem controla canal de radiodifusão tem
poder de exercer influência sobre a opinião pública. Sendo assim, a
manifestação aponta “potencial risco da utilização de canais de radiodifusão
para defesa de interesses próprios ou de terceiros”.
Serviço público
No documento, o procurador-geral ainda menciona que a Constituição Federal e o STF reconhecem a radiodifusão como serviço público. A Constituição estabelece que deputados e senadores, desde o momento em que são diplomados, não podem firmar ou manter contrato com empresa concessionária de serviço público.
No documento, o procurador-geral ainda menciona que a Constituição Federal e o STF reconhecem a radiodifusão como serviço público. A Constituição estabelece que deputados e senadores, desde o momento em que são diplomados, não podem firmar ou manter contrato com empresa concessionária de serviço público.
No momento da posse, os parlamentares também
não podem ser proprietários, controladores ou diretores de empresa que usufrua
de favor decorrente de contrato com o poder público. Além disso, é vedado que
os parlamentares sejam sócios de pessoas jurídicas prestadoras ou exploradoras
de serviço público de radiodifusão.
Desta
forma, com todas as vedações e jurisprudências apresentadas no parecer, o
procurador-geral conclui que a participação direta ou indireta de titulares de
mandato eletivo como sócios ou associados de pessoas jurídicas concessionárias,
permissionárias ou autorizatárias de radiodifusão, viola a Constituição.
“Pessoas
jurídicas controladas ou compostas por detentores de mandato parlamentar podem
interferir, e de fato interferem, na medida do interesse de seus sócios e
associados, na divulgação de opiniões e de informações, e impedem que meios de
comunicação cumpram seu dever de divulgar notícias e pontos de vista
socialmente relevantes e diversificados e de fiscalizar o exercício do poder
público e as atividades da iniciativa privada”, destacou Janot.
No
relato, o procurador-geral ainda lembra que a Comissão de Constituição, Justiça
e Cidadania da Câmara dos Deputados, em 2011, aprovou 38 concessões de
radiodifusão e a renovação de outras 65 em apenas três minutos, com apenas um
deputado no Plenário.
Outra situação grave é a de que os parlamentares votem
pela aprovação de suas próprias outorgas e renovações, havendo, nesta caso,
conflito entre os interesses público e privado.
Em pesquisa realizada em 2013 pelo Instituto Patrícia Galvão e pelo DataPopular, apesar de 35% das
pessoas ouvidas acharem que a concessão a parlamentares é permitida, 63% dos
entrevistados se mostraram contrários à propriedade de meios por políticos.
O
mesmo estudo mostrou que 69% consideram que ser dono de TV ou rádio dá mais
chances para que o candidato seja eleito. O estudo também revela que 44% da
população não sabe que, para se ter uma emissora de rádio ou televisão, é
necessária a autorização do Estado.
Confira
abaixo a relação dos 40 deputados federais e senadores sócios de empresas
prestadoras de serviços de radiodifusão que aparecem no Sistema de
Acompanhamento de Controle Societário (Siacco), da Anatel:
Deputados Federais
1. Adalberto Cavalcanti Rodrigues, PTB-PE 2. Afonso Antunes da Motta, PDT-RS 3. Aníbal Ferreira Gomes, PMDB-CE 4. Antônio Carlos Martins de Bulhões, PRB-SP 5. Átila Freitas Lira, PSB-PI 6. Bonifácio José Tamm de Andrada, PSDB-MG 7. Carlos Victor Guterres Mendes, PMB-MA 8. César Hanna Halum, PRB-TO 9. Damião Feliciano da Silva, PDT-PB 10. Dâmina de Carvalho Pereira, PMN-MG 11. Domingos Gomes de Aguiar Neto, PMB-CE 12. Elcione Therezinha Zahluth Barbalho, PMDB-PA 13. Fábio Salustino Mesquita de Faria, PSD-RN 14. Felipe Catalão Maia, DEM-RN 15. Felix de Almeida Mendonça Júnior, PDT-BA 16. Jaime Martins Filho, PSD-MG 17. João Henrique Holanda Caldas, PSB-AL 18. João Rodrigues, PSD-SC 19. Jorginho dos Santos Mello, PR-SC 20. José Alves Rocha, PR-BA 21. José Nunes Soares, PSD-BA 22. José Sarney Filho, PV-MA 23. Júlio César de Carvalho Lima, PSD-PI 24. Luiz Felipe Baleia Tenuto Rossi, PMDB-SP 25. Luiz Gionilson Pinheiro Borges, PMDB – AP 26. Luiz Gonzaga Patriota, PSB-PE 27. Magda Mofatto Hon, PR-GO 28. Paulo Roberto Gomes Mansur, PRB-SP 29. Ricardo José Magalhães Barros, PP-PR 30. Rodrigo Batista de Castro, PSDB-MG 31. Rubens Bueno, PPS-PR 32. Soraya Alencar dos Santos, PMDB-RJ
1. Adalberto Cavalcanti Rodrigues, PTB-PE 2. Afonso Antunes da Motta, PDT-RS 3. Aníbal Ferreira Gomes, PMDB-CE 4. Antônio Carlos Martins de Bulhões, PRB-SP 5. Átila Freitas Lira, PSB-PI 6. Bonifácio José Tamm de Andrada, PSDB-MG 7. Carlos Victor Guterres Mendes, PMB-MA 8. César Hanna Halum, PRB-TO 9. Damião Feliciano da Silva, PDT-PB 10. Dâmina de Carvalho Pereira, PMN-MG 11. Domingos Gomes de Aguiar Neto, PMB-CE 12. Elcione Therezinha Zahluth Barbalho, PMDB-PA 13. Fábio Salustino Mesquita de Faria, PSD-RN 14. Felipe Catalão Maia, DEM-RN 15. Felix de Almeida Mendonça Júnior, PDT-BA 16. Jaime Martins Filho, PSD-MG 17. João Henrique Holanda Caldas, PSB-AL 18. João Rodrigues, PSD-SC 19. Jorginho dos Santos Mello, PR-SC 20. José Alves Rocha, PR-BA 21. José Nunes Soares, PSD-BA 22. José Sarney Filho, PV-MA 23. Júlio César de Carvalho Lima, PSD-PI 24. Luiz Felipe Baleia Tenuto Rossi, PMDB-SP 25. Luiz Gionilson Pinheiro Borges, PMDB – AP 26. Luiz Gonzaga Patriota, PSB-PE 27. Magda Mofatto Hon, PR-GO 28. Paulo Roberto Gomes Mansur, PRB-SP 29. Ricardo José Magalhães Barros, PP-PR 30. Rodrigo Batista de Castro, PSDB-MG 31. Rubens Bueno, PPS-PR 32. Soraya Alencar dos Santos, PMDB-RJ
Senadores
33. Acir Marcos Gurgacz, PDT-RO 34. Aécio Neves da Cunha, PSDB-MG 35. Edison Lobão, PMDB-MA 36. Fernando Affonso Collor de Mello, PTB-AL 37. Jader Fontenelle Barbalho, PMDB-PA 38. José Agripino Maia, DEM-RN 39. Roberto Coelho Rocha, PSB-MA 40. Tasso Ribeiro Jereissati, PSDB-CE
33. Acir Marcos Gurgacz, PDT-RO 34. Aécio Neves da Cunha, PSDB-MG 35. Edison Lobão, PMDB-MA 36. Fernando Affonso Collor de Mello, PTB-AL 37. Jader Fontenelle Barbalho, PMDB-PA 38. José Agripino Maia, DEM-RN 39. Roberto Coelho Rocha, PSB-MA 40. Tasso Ribeiro Jereissati, PSDB-CE
Fonte; Observatório do direito a comunicação
http://www.intervozes.org.br/direitoacomunicacao/?p=29536
Com
informações do JOTA.
terça-feira, 30 de agosto de 2016
Protocolado pedido de Plebiscito para abertura do pré-sal.
A Federação Única dos Petroleiros (FUP) protocolou nesta
terça-feira 30 na Câmara dos Deputados um projeto que sugere a realização de um
plebiscito para decidir o futuro do pré-sal.
Imagem da web |
A proposta é assinada por 174
parlamentares, entre os quais vários deputados do PT, como Henrique Fontana
(RS), Carlos Zarattini (SP), Wadih Damous (RJ), Paulo Teixeira (SP), Chico
D’Ângelo (RJ), entre outros.
“O
que queremos? Queremos que o povo brasileiro seja consultado sobre o futuro.
Por isso, propusemos um plebiscito. Se querem mudar a lei do pré-sal, consultem
o povo brasileiro.
Se o povo brasileiro aceitar, mudem, mas, se o povo que é o real proprietário desta grande riqueza futura do País não aceitar, então eles não podem mudar”, explicou Henrique Fontana (PT-RS).
Se o povo brasileiro aceitar, mudem, mas, se o povo que é o real proprietário desta grande riqueza futura do País não aceitar, então eles não podem mudar”, explicou Henrique Fontana (PT-RS).
“Você
concorda com a manutenção na Lei 12.351/10 que assegura à Petrobras a
exclusividade na condução e execução de todas as atividades de exploração e
produção do pré-sal e das áreas estratégicas de petróleo e gás?”, diz a única
pergunta contida no PDC do plebiscito do pré-sal.
“A sociedade brasileira deve ser chamada a se manifestar sobre se é de interesse nacional flexibilizar a participação da Petrobras na exploração do pré-sal, a maior reserva de petróleo do mundo”, aponta a justificativa do texto.
“A sociedade brasileira deve ser chamada a se manifestar sobre se é de interesse nacional flexibilizar a participação da Petrobras na exploração do pré-sal, a maior reserva de petróleo do mundo”, aponta a justificativa do texto.
A
iniciativa surgiu após a comissão especial sobre o tema ter aprovado o projeto
de lei (PL 4567/16), de autoria do senador José Serra (PSDB), que retira da
Petrobras a obrigatoriedade de participação na exploração de todas as bacias do
pré-sal.
Para
o coordenador da FUP, José Maria Rangel, o plebiscito será uma grande
oportunidade de desconstruir a narrativa negativa da grande imprensa sobre a
Petrobras. “Precisamos ultrapassar as barreiras que estão colocadas pela grande
mídia, no sentido de só mostrar coisas ruins da Petrobras.
Nós temos – com essa proposta de plebiscito – que ampliar o debate, coisa que não está sendo feita”, frisou. “Nós estamos sendo cerceados de fazer esse debate com a população e demonstrar o que representa o pré-sal na vida dos cidadãos brasileiros”, acrescentou.
Nós temos – com essa proposta de plebiscito – que ampliar o debate, coisa que não está sendo feita”, frisou. “Nós estamos sendo cerceados de fazer esse debate com a população e demonstrar o que representa o pré-sal na vida dos cidadãos brasileiros”, acrescentou.
Fonte: BRASIL247
ONU pede ação urgente para proteger milhares de deslocados na Nigéria
De acordo com um relatório recente do Fundo das Nações Unidas
para a Infância (UNICEF), além das 2,6 milhões de pessoas atualmente deslocadas
na região do Lago Chade por causa da violência provocada pelo Boko Haram, cerca
de 2,2 milhões de pessoas estão sob cerco em áreas controladas pelo grupo
armado — metade delas crianças.
No nordeste da Nigéria, pessoas que fugiram da violência do Boko Haram, reunem-se em um centro do Programa Mundial de Alimentos e do governo nigeriano em Maiduguri. Foto: PMA/Simon Pierre Diouf |
Após
visita de quatro dias à Nigéria, o relator especial das Nações Unidas para os
direitos humanos dos deslocados internos, Chaloka Beyani, pediu na
segunda-feira (29) que autoridades e comunidade internacional atuem
urgentemente para garantir que centenas de milhares de pessoas deslocadas no nordeste do país sejam protegidas.
De
acordo com relatório divulgado recentemente pelo Fundo das Nações Unidas para a
Infância (UNICEF), além das 2,6 milhões de pessoas atualmente deslocadas na
região do Lago Chade por causa da violência provocada pelo Boko Haram, cerca de
2,2 milhões de pessoas estão sob cerco em áreas controladas pelo grupo armado —
metade delas crianças.
“A
situação já não deve ser subestimada e não é tarde para salvar muitas vidas”,
disse Chaloka Beyani, em comunicado à imprensa emitido pelo Escritório do Alto
Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH).
“O
governo deve agir com urgência para garantir que alimentos, abrigo, cuidados
médicos, água, saneamento e outros serviços essenciais cheguem aos deslocados
sem demora”, acrescentou.
O
relator especial também expressou preocupação com a falta de atenção e de
recursos internacionais para atender as necessidades dos civis, e pediu aos
doadores que forneçam suporte para atender necessidades imediatas, bem como
para melhorar o apoio a longo prazo na região.
Ele
observou que civis, incluindo crianças, que deixam as áreas recentemente
libertadas pelas forças do governo, enfrentam desnutrição avançada e traumas
profundos, sinalizando que o acesso humanitário é limitado em algumas áreas
devido a preocupações de segurança.
“Devido
a uma subestimação da crise, os recursos só vão cobrir as necessidades para um
período muito curto de tempo e serão em breve ultrapassados pelas altas
demandas.”
Chaloka
acrescentou ainda que a maioria dos deslocados vive fora de acampamentos, com
pouca ou nenhuma assistência, e que medidas urgentes são necessárias para
prestar assistência a essas pessoas, bem como às comunidades de acolhimento.
Durante
sua visita, o relator especial visitou campos de deslocados na cidade de
Maiduguri, onde, segundo ele, a comida é escassa, os cuidados médicos são
insuficientes e as pessoas estão em necessidade urgente de proteção, apoio
psicológico e aconselhamento.
Ele
citou também relatos de mulheres e meninas que são abusadas sexualmente e
afirmou que a gravidez e o casamento precoces são comuns.
“Muitas
mulheres não denunciam os abusos devido à estigmatizarão, a fatores culturais e
por conta da impunidade.”
Beyani
também destacou algumas medidas positivas tomadas pelo governo, incluindo um
plano para reabilitar o nordeste da Nigéria e o estabelecimento de sistemas de
supervisão por parte do Parlamento.
Um
relatório completo sobre a visita ao país será apresentado ao Conselho de
Direitos Humanos da ONU em junho de 2017.
Fonte: ONUBR-Nações Unidas no Brasil
Presidenta afastada Dilma Roussef responde sobre a crise no Brasil
Confira
a resposta de Dilma à advogada Janaína Paschoal, uma das autoras do pedido de
impeachment, ontem (29), no Senado.
Em sua fala, a presidente reafirmou que a crise
econômica não começou em 2014.
Por: BRASIL 247
segunda-feira, 29 de agosto de 2016
Brasil vive o desafio de voltar a crescer sem perder conquistas sociais
Novo relatório do Banco
Mundial reconhece avanços e discute os entraves ao desenvolvimento após o fim
do auge do ciclo das matérias-primas.
A variação nos preços das matérias-primas – soja e minério de ferro,
por exemplo – permite entender dois momentos importantes e recentes da economia
brasileira. O primeiro deles é o período entre 2003 e 2013, quando a alta
global gerou crescimento econômico, aumentou o nível de emprego e os salários e
ajudou o governo a impulsionar programas como o Bolsa Família.
Ao mesmo tempo,
acabou por mascarar problemas estruturais da economia nacional, como baixos
níveis de produtividade e investimento, e permitiu uma expansão nos gastos
públicos.
O segundo momento é justamente o de queda global dos preços das
matérias-primas. Para tentar contorná-la, o governo apostou em subsídios a
alguns setores da economia, incentivos fiscais, controle de preços e crédito
adicional oferecido pelos bancos estatais.
Mas a estratégia, além de pouco
eficiente para estimular o crescimento, contribuiu para gerar um clima de
incerteza que desestimulou os investimentos e aumentou o déficit nas contas
públicas.
Como resultado desse processo e de uma economia externa em baixa, a
queda na atividade econômica brasileira fez o PIB do país contrair 3,8% em
2015.
Em meio a esse cenário – e a muitas perguntas sobre o impacto da
desaceleração nos recentes avanços sociais –, o Banco Mundial lançou o Diagnóstico Sistemático de País (SCD, na sigla em inglês) para o Brasil.
O
documento analisa os principais fatores que impulsionaram o desenvolvimento
brasileiro nos últimos anos, em particular, dos 40% mais pobres da população.
Também examina os principais entraves ao crescimento, como um primeiro passo
para buscar resolvê-los.
Uma das questões é a baixa produtividade da economia brasileira. Entre
2003 e 2014, enquanto os salários mínimo e real cresceram em média 68% e 38%,
respectivamente, a produtividade por trabalhador aumentou apenas 21%.
Por
trás desse descompasso, estão:
Problemas na infraestrutura (em especial nos portos, estradas e
logística);
Um complexo sistema tributário;
Regulações excessivas, entre outros problemas no ambiente de negócios,
resultando em níveis baixos de investimento público e privado, e uma economia pouco competitiva e com baixa inovação.
A boa notícia do relatório é que, apesar do momento difícil na economia,
o Brasil ainda pode seguir com as políticas para diminuir ainda mais a pobreza
e a desigualdade. Segundo o documento, elas de fato alcançam os mais pobres e
melhoram os indicadores sociais, além de custar relativamente pouco: em 2014,
os programas de proteção social corresponderam a menos de 5% dos gastos totais
do governo.
Agora, promover novos avanços sociais requer uma melhoria na qualidade
de serviços como saúde e educação. E isso, por sua vez, pede mais eficiência
nos gastos e no uso dos bens públicos, bem como fortalecimento das instituições
e processos orçamentários para que sejam feitas as escolhas mais favoráveis aos
pobres.
O documento também destaca que muitas das verbas públicas ainda vão
para quem não é pobre, principalmente em previdência: elas representam 30% do
gasto público, mais do que educação e saúde somados. Ainda são repassadas às
empresas por meio de isenções fiscais pouco transparentes e eficientes. Reduzir
essas transferências liberará recursos para melhorar os serviços públicos e as
políticas voltadas à população desfavorecida.
Por fim, o documento reconhece a importância do Brasil no enfrentamento
das mudanças climáticas e na redução do desmatamento. O país evoluiu, por
exemplo, na agricultura com baixa emissão de carbono, entre outras tecnologias.
No entanto, para promover um desenvolvimento verde e inclusivo, ainda precisa
avançar nas questões do gerenciamento de terras e de recursos hídricos. E
também em temas urbanos, como o crescimento desordenado, o gerenciamento de
riscos de desastres e a poluição.
Fazer as mudanças necessárias, independentemente do tema – economia,
serviços públicos, meio ambiente – significa fazer escolhas e criar um consenso
político para apoiar um programa de reformas.
Não será a primeira vez que o país
terá de fazê-lo: o Brasil já provou ter a capacidade para fazer mudanças
profundas. Os desafios impostos pelo fim do auge das matérias-primas são
grandes, mas o Brasil tem condições de superá-los.
Por: Mariana
Ceratti/Banco Mundial
Fonte: THE WORLD BANK
Confira tanbém:
Produtividade: um tema fundamental para o combate à
pobreza no Brasil
Vamos mesmo
precisar de dois novos planetas?
domingo, 28 de agosto de 2016
Relatório da Credit Suisse mostra estudo da classe média global e aponta aumento das desigualdes sociais
O
relatório de 2015 do Credit Suisse inclui pela primeira vez um estudo da
“classe média global”
Esta foi definida como possuidora de riqueza líquida de 50 mil a 500 mil
dólares nos EUA em meados de 2015 e valores equivalentes em outros países
segundo o poder aquisitivo local do dólar conforme a estimativa adotada pela
instituição
– por exemplo, de 13,7 mil a 137 mil dólares na Índia, 28 mil a 280
mil no Brasil ou na China e 72,9 mil a 729 mil na Suíça, de forma a obliterar o
efeito da variação cambial.
Em todo o mundo, 664 milhões se encaixam nessa
definição, com um patrimônio total de 80,7 trilhões (32% do total mundial),
média de 121,5 mil per capita.
Acima deles estão 96 milhões, com 150 trilhões (60% do total), 1,56 milhão por
proprietário. As duas camadas juntas detêm, portanto, 92% de todos os bens do
mundo.
O
relatório mostra uma sociedade global cada vez mais próxima
desses padrões antigos e medievais, e mais distantes daqueles atingidos pelos
países mais desenvolvidos nos anos do pós-Guerra. Desde o início da era
neoliberal, a riqueza acumula-se cada vez mais no topo, enquanto as maiorias
empobrecem em termos relativos e até absolutos.
As crises mostraram-se,
sobretudo, oportunidades de radicalizar esse processo: para conter as falências
em massa que agravariam a crise, valores imensos são mobilizados pelos Estados
para financiar os poderosos, cuja incompetência é premiada também com cortes de
impostos, salários e direitos trabalhistas, enquanto as massas pagam a conta
com um salário congelado ou reduzido e impostos mais altos, quando não perdem o
emprego e se endividam ainda mais.
O
crescimento de alguns países emergentes, principalmente a China, foi o único
fator importante a contrariar essa tendência geral, ao incorporar camadas
maiores da população à “classe média” mundial (apesar de, no caso chinês, isso
também aumentar sua desigualdade interna em relação às massas camponesas).
Mas
esse fator está em desaceleração, ao passo que as pressões para privilegiar
ainda mais os ricos e lhes dar maior liberdade de ação estão em alta em quase
toda parte e as crises em formação só tendem a reforçá-las.
Na integra em:
Adaptação: Cicero Do Carmo
Paraibanos são achados trabalhando como escravos e dormindo em celas no RS
Trabalhadores
informaram que se sujeitavam a trabalhar em condições precárias para poder
quitar uma dívida de adiantamento de salário que haviam recebido antes de sair
da Paraíba
Treze paraibanos
foram resgatados, na manhã dessa quarta-feira (24), após serem flagrados
trabalhando em situação análoga à escravidão no município de Lajeado, a 120 km
de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.
As vítimas estavam trabalhando para
outros dois paraibanos há pouco mais de um ano e sofriam com condições
precárias de moradia, falta de assistência e alimentação adequada. A situação
ocorria porque as vítimas deviam entre R$ 1,5 mil e R$ 14 mil aos suspeitos,
que foram presos.
Todas as vítimas e suspeitos são naturais do município de Patos, que fica no
Sertão paraibano, a 317 km de João Pessoa.
Em Lajeado, os paraibanos foram localizados após uma denúncia feita para a
Polícia Civil por moradores da cidade. A operação policial também contou com o
trabalho de equipes do Ministério do Trabalho, da Brigada Militar e da Polícia
Rodoviária Federal (PRF).
Ao Portal Correio, o
delegado Mauro Mallmann, da Delegacia de Pronto Atendimento de Lajeado, disse
que a polícia monitorou os suspeitos e conseguiu abordar o caminhão onde as
vítimas eram levadas.
“Encontramos o caminhão quando ele iria recolher as vítimas no fim do dia. Ao
abordarmos o veículo, constatamos que, além de ser o meio de transporte dos
trabalhadores, ele também servia como moradia de alguns deles”, contou o
delegado.
À polícia, os trabalhadores informaram que se sujeitavam a trabalhar em
condições precárias para poder quitar uma dívida de adiantamento de salário que
haviam recebido antes de sair da Paraíba.
Durante o depoimento, os trabalhadores também informaram que aqueles que não
cabiam dentro do caminhão na hora de dormir passavam a noite do lado de fora do
veículo, dormindo em redes, sem proteção contra o frio ou contra uma possível
ação de bandidos.
“Vimos que o pessoal estava vivendo de forma degradante, qualificado como
trabalho análogo à escravidão. Não recebiam alimentação adequada, não
tinham a carteira assinada, não tinham um local adequado para dormir, passavam
necessidades quando não conseguiam bater a meta de vendas e, quando vendiam a
mais do que o estipulado, o valor era descontado da dívida inicial.
Eles
sobreviviam com muito pouco. Além disso, o que mais chocou foi a constatação de
uma cela dentro do caminhão. Esse espaço servia para punir quem fosse avaliado
com mau comportamento ou não atingisse a meta de vendas”, afirmou o delegado.
Eles não podiam voltar para casa
O delegado Mauro Mallmann também informou ao Portal Correio que os trabalhadores já estavam
passando pelo trabalho análogo à escravidão há muito tempo, já que alguns deles
relataram ter dívidas superiores a R$ 14 mil e que haviam retornado à Paraíba
quatro meses após saírem, mas eram obrigados a voltar ao trabalho pouco tempo
depois.
“No caminhão, localizamos livros e uma caixa com a dívida total das vítimas.
Elas também relataram que iam ao Rio Grande do Sul para trabalhar dessa maneira
e voltavam à Paraíba após quatro meses, onde passavam um tempo com a família.
Porém, esses trabalhadores eram obrigados a viajar novamente até quitar todo a
dívida com os suspeitos. Mesmo aqueles que não se adaptavam ao clima ou não
conseguiam vender, eram obrigados a permanecer aqui”, contou o delegado.
Após o depoimento das vítimas, a polícia prendeu em flagrante o motorista do
caminhão e o empregador, que era o proprietário do veículo e comandava as
vendas. Eles vão responder criminalmente por manter pessoas em condições de
trabalho análogas à escravidão.
Já as 13 vítimas foram encaminhadas a hotéis da cidade e permanecem por pelo
menos mais quatro dias em Lajeado.
“As vítimas ainda estão aqui, mas estão instaladas em um hotel da cidade. Eles
estão sendo atendidos pelo Ministério do Trabalho, que vem organizando a
legalização dos contratos de trabalho e negociando um valor de rescisão
contratual. Acredito que eles sejam liberados para voltar à Paraíba dentro de
mais três ou quatro dias”, concluiu o delegado.
FONTE: Hallan Azevedo
São Bento Online-PB
Encerramento da Semana Nacional da Família leva centenas de fiéis as ruas de Petrolina
Aconteceu hoje (27), A Caminhada das Famílias, realizada pela Dicese de Petrolina-PE.
O evento faz parte das celebrações realizadas na Semana Nacional da Familia, celebrada de 14 a 21 de agosto, tendo como tema “Misericórdia na Família: Dom e Missão”.
Imagem: Edna Rodrigues |
O objetivo da Igreja é zelar pela família compreendendo-a como uma célula mater da sociedade, santuário da vida, e também “Igreja doméstica”. (Constituição Dogmática Lumen Gentium, n. 11).
E, por outro, porque está convencida de que “o bem-estar da pessoa e da sociedade humana e cristã está intimamente ligado com uma favorável situação da comunidade conjugal e familiar”. (Constituição Pastoral Gaudium et Spes, n. 47).
Para as celebrações, a Comissão Episcopal da
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou o subsídio Hora da
Família 2016.
O material,
produzido pela Comissão Nacional da Pastoral Familiar (CNPF) e pela Comissão
Episcopal Pastoral para a Vida e a Família, guiou as famílias nas atividades realizadas organizando de forma
interativa, sugerindo encontros participativos e celebrativos e buscando envolver comunidades, famílias, lideranças, crianças, jovens e adultos.
Fonte: Radio Vaticano
Adaptado por: Cicero Do Carmo
sábado, 27 de agosto de 2016
Mundo enfrenta uma das piores crises humanitárias da história
Mais
de 200 milhões de pessoas são afetadas por desastres anualmente.
Cerca de 60
milhões foram forçadas a abandonar suas casas por conta de guerras e outros
riscos à vida e 250 milhões de crianças estão presas em zonas de conflito.
O
secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e o diretor-executivo do Fundo de
População das Nações Unidas (UNFPA), Babatunde Osotimehin, enfatizaram a
importância da ajuda humanitária em meio a um recorde de mais de 130 milhões de
pessoas no mundo em situação de emergência por conflitos, desastres naturais,
entre outros riscos. As declarações foram feitas para o Dia Mundial
Humanitário, lembrado em 19 de agosto.
Saiba
mais em http://bit.ly/2bEda3Y
Fonte: ONU Brasil
Marina Motta - Assuma um compromisso pelo direito das pessoas refugiadas!
Mais de 19,5 milhões de
pessoas tiveram de deixar suas casas ao redor do mundo para tentar salvar suas
vidas.
Não podemos ficar em silêncio enquanto a vida e o futuro das pessoas são
destruídos.
Fonte: Anistia Internacional Brasil
Brasília - Oficina Criativa Jovem Negro Vivo
As
oficinas criativas da campanha #JovemNegroVivo em Brasília foram assim.
Participe desse mobilização você também. Assine a petição: http://bit.ly/SemViolencia
Fonte: Anistia Internacional Brasil
#VemProAcampa pela saúde pública!
Levante Popular da Juventude e o terceiro acampamento em defesa do SUS.
“Vem pro Acampa. Lutar é o
caminho, 7 mil jovens tremendo o mineirinho”. A música tema do 3º Acampamento
Nacional do Levante já revela nossa ousadia e rebeldia.
Entre os dias 5 e 9 de
setembro de 2016, realizaremos no Estádio do Mineirinho em Belo Horizonte/MG, a
3º edição do Acampamento Nacional com a presença de 7 mil jovens de todos os
estados brasileiros. Faça parte desse Levante da Juventude! #VemProAcampa
Aleandro
Reys | CATARSE
Participe!
Apoie o Levante Popular da Juventude!
Participe!
Apoie o Levante Popular da Juventude!
sexta-feira, 26 de agosto de 2016
Tuberculose e favelas: Heranca social
Uma
doença antiga, estudada e negligenciada. O Rio de Janeiro é uma das capitais
com mais casos de tuberculose. Mas por que para algumas pessoas a tuberculose é
hereditária? Hereditária é a situação social.
Os lugares mais pobres dos lugares mais ricos reúnem condições precárias de vida que propagam uma doença que não deveria mais existir. Ontem ou hoje a alvorada lá no morro nem sempre foi uma beleza. O documentário revela que há décadas partilhamos a mesma herança social.
Os lugares mais pobres dos lugares mais ricos reúnem condições precárias de vida que propagam uma doença que não deveria mais existir. Ontem ou hoje a alvorada lá no morro nem sempre foi uma beleza. O documentário revela que há décadas partilhamos a mesma herança social.
direção: Christian Jafas
produção: Jafas Filmes e Club Soda
realização: VideoSaúde Distribuidora e Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS/MS)
distribuição: VideoSaúde Distribuidora da Fiocruz
ano da produção: 2016
quinta-feira, 25 de agosto de 2016
CNBB divulga nota em defesa da Lei da Ficha Limpa
O Conselho
Episcopal Pastoral (Consep) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB)
aprovou, nesta quarta-feira, 24, nota em defesa da Lei da Ficha Limpa. No
texto, os bispos rejeitam toda e qualquer tentativa de desqualificar a
lei, que “é resultado da mobilização popular e que expressa a consciência da
população de que, na política não há lugar para corruptos”.
Confira, abaixo,
a nota na íntegra.
NOTA
DA CNBB EM DEFESA DA LEI DA FICHA LIMPA
O Conselho
Episcopal Pastoral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB, reunido
em Brasília-DF, nos dias 23 e 24 de agosto, vem reafirmar a importância da Lei
135/2010, a Lei da Ficha Limpa, rejeitando toda e qualquer tentativa de
desqualificá-la.
Resultado da mobilização popular que coletou 1,6 milhões de
assinaturas, a Lei da Ficha Limpa expressa a consciência da população de que,
na política, não há lugar para corruptos.
Tendo sua
constitucionalidade confirmada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) que, em
2012, votou favoravelmente pelas Ações Declaratórias de Constitucionalidade
(ADC 29 e 30), a Lei da Ficha Limpa insere-se no rol das leis mais importantes
no combate à corrupção eleitoral e na moralização da política.
Respaldada por
grandes juristas e aprovada pelo Congresso Nacional, ela atesta a sobriedade de
quem a propôs de forma que atacá-la ou menosprezá-la é enfraquecer a vontade
popular de lutar contra a corrupção.
Recebemos com
perplexidade a decisão do STF que reconhece a exclusividade das Câmaras
Municipais para julgar as contas dos prefeitos em detrimento da competência dos
Tribunais de Contas. Na prática, isso significa o fim da inelegibilidade dos
executivos municipais mesmo que tenham suas contas rejeitadas pelo Tribunal de
Contas.
Trata-se de um duro golpe contra a Lei da Ficha Limpa o qual favorecerá
o fisiologismo político e a corrupção, considerando o poder de barganha que
pode haver entre o executivo e o legislativo municipais.
Conclamamos a
população, legítima autora da Lei da Ficha Limpa, a defendê-la de toda
iniciativa que vise ao seu esvaziamento. Urge não dar trégua ao combate à
corrupção eleitoral e a tudo que leve ao desencanto com a política cujo
objetivo é a justiça e o bem comum, construído pacífica e eticamente.
Brasília, 24 de
agosto de 2016.
Dom
Sergio da Rocha
Dom Murilo S. R.
Krieger
Arcebispo de Brasília-DF
Arcebispo de S. Salvador da Bahia-BA
residente da CNBB
Vice-Presidente da CNBB
Dom Leonardo Ulrich Steiner
Bispo Auxiliar de Brasília-DF
Secretário-Geral da CNBB
quarta-feira, 24 de agosto de 2016
O projeto danoso do Agronegócio e sua consolidação no governo Temer
A classe dominante do campo, os
latifundiários, os grandes proprietários de terra e as empresas transnacionais
do agronegócio, foram atores principais no arranjo golpista para
interromper o processo democrático e de distribuição de renda que ainda caminhava
a passos lentos no Brasil. Não se articularam apenas para tirar a presidenta
Dilma.
Articularam-se para acelerar a implantação de propostas concretas que
representam os interesses capitalistas na propriedade dos bens da natureza, da
terra e na produção agrícola do país. E
para isso construíram, com ajuda de seus parlamentares e alguns intelectuais
orgânicos do ruralismo, uma pauta de propostas bem clara.
Esta
pauta de interesses tornou-se conhecida por três vias:
A
publicação do Instituto Pensar Agropecuária (IPA), composto por 39 entidades do
ruralismo brasileiro;
Pela
Frente Parlamentar da Agropecuária, também conhecida como Bancada Ruralista e
foi publicada antes do golpe parlamentar consumado na vergonhosa votação de 17
de abril na Câmara dos Deputados;
E
na escolha do novo ministro da agricultura, senador Blairo Maggi, que
passou a explicar de forma didática em pronunciamentos e entrevistas o que os
ruralistas querem.
Vamos
às suas propostas:
I
– Propostas estruturantes da expansão do capital na agricultura através do
modelo do agronegócio
1.
O Ministério da Agricultura deve ser ocupado em sua direção por “lideranças
diferenciadas” e na sua gestão por uma “governança técnica”.
Liderança
diferenciada: “conhecimento profundo do setor e que tenha, principalmente,
estreito relacionamento com as entidades representativas e com as lideranças
políticas. ” (O que se consolidou com a escolha de Blairo Maggi).
2.
Redução do tamanho do Estado, ou seja, tudo deve ser decidido pelo mercado (os
capitalistas).. E o estado só entra para cobrir os prejuízos e assim garantir
as taxas de lucro deles. Um capitalismo sem riscos!
3.
Política agrícola plurianual, com visão de médio e longo prazo. Por tanto
querem ficar muito tempo governando.
4
– Aumento da oferta de crédito, especialmente “custeio”, com taxas de juros
mais baixas e controladas.
O
crédito rural deve ter menos burocracia, modernização da legislação sobre o
crédito, cadastro único para produtores e cooperativas no sistema financeiro,
criação de um Fundo Garantidor de Crédito e de um Fundo de Investimento do
Agronegócio. É a consolidação da aliança dos proprietários da terra que
dependem cada vez mais do capital financeiro.
5.
Estimular a entrada de capitais estrangeiros, dos grandes bancos no crédito
rural para financiar a agropecuária brasileira.
6
– Seguro Rural com aumento de recursos subsidiados do estado e regulamentação
do Fundo de Catástrofes. (para eles terem um custo de seguro mais razoável e
assim dividem os prejuízos com toda sociedade).
7.
Regulamentar os contratos com “opção de compra” como política de “seguro de
preços”.
8
– Apoio do governo, para ter acesso ao mercado externo das commodities, em
melhores condições de disputa com seus concorrentes capitalistas do exterior.
9.
Mudar a lei parar abrir a possibilidade da venda de terras a estrangeiros,
inclusive para empresas com capital majoritariamente estrangeiro. (A lei já
está em votação na Câmara dos deputados é uma afronta a soberania nacional!).
10.-
Ter Plano Nacional de armazenagem privada, para garantir estocagem subsidiada
dos grãos.
11.
Recursos para um plano nacional de irrigação do agronegócio.
12
– Simplificação e rapidez na aprovação de novos venenos, para aumentar a
produção e uso de agrotóxicos, chamados por eles de “defesa agropecuária e
fitossanitária”.
13
– Acelerar a lei de terceirização das leis trabalhistas, para facilitar
a contratação de mão de obra temporária no campo, de forma mais barata e sem
riscos.
14
– Adequar as leis trabalhistas à “realidade do campo” e mudar a lei do trabalho escravo,
pois consideram um conceito muito amplo.
II
– Propostas do agronegócio para enfrentar agricultura camponesa e os povos que
vivem no campo
1
– Fim da demarcação de terras indígenas e quilombolas pelo governo, e com
aprovação da PEC 215,
somente o Congresso Nacional poderia reconhecer novas áreas. E Revisão das
demarcações feitas nos últimos anos.
2
– Fim das desapropriações para Reforma Agrária, consideram desnecessárias. E a
revisão das desapropriações feitas nos últimos anos.
3
– Revisão das funções do INCRA, transformando-o numa mera agencia de terras,
que atuaria na titulação e na distribuição das terras da União.
4
– Extinção do Ministério do Desenvolvimento Agrário.
Reincorporar
as atividades do Ministério do Desenvolvimento Agrário – MDA ao Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA e transferir os programas sociais
do MDA e do extinto Ministério da Pesca para o Ministério do Desenvolvimento
Social. Já extinguiram o MDA e abandonaram todas as políticas publicas que
havia para agricultura camponesa.
5
– Extinção da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB).
6
– Liberar entraves ambientais e transformar o CONAMA ( Conselho Nacional de Meio Ambiente)
em órgão consultivo e não mais deliberativo como é hoje.
III
– AS PROPOSTAS EXPLICADAS PELO Ministro Blairo Maggi – “ O Brasil não precisa de
Reforma Agrária”
Ao
que parece, o novo Rei da Soja é uma destas “lideranças diferenciadas” a que se
referem os redatores da Agenda do Agronegócio. Vejamos um resumo do que ele
disse à imprensa após audiência pública no Senado Federal, no dia 23 de junho
de 2016.
1
– O Brasil pode crescer sem Reforma Agrária, sem novos assentamentos, sem novas
ocupações. Ele poderia ser ainda mais claro e dizer. O Brasil pode existir
apenas com latifundiários, e não precisam de agricultores camponeses nem de
sem-terras. Apenas de peões para trabalhar para nós…
2
– Defende a emancipação dos assentamentos para que latifundiários possam
comprar ou arrendar terras da reforma agrária.
3
– Pretende privatizar os armazéns da CONAB. Quer que o Governo contrate
armazéns privados para garantir estoques.
4
– É contra qualquer imposto sobre os lucros das exportações agrícolas, para
cobrir despesas da Previdência Social. Assim como é contra revisar a Lei Kandir
que isenta até de ICMs as exportações agrícolas e com isso está quebrando os
estados agrícolas do país.
5
– É a favor de vender terras para estrangeiros, sem limites.
6
– Defende juros mais baixos para a produção agropecuária.
7
– Defende a terceirização da Fiscalização Agropecuária. “Deve ser um serviço
prestado por empresas terceirizadas, capitalistas, que seriam muito mais
eficientes. “ Para quem?
IV
– CONCLUSÃO
1
– Grande parte das propostas são ainda genéricas, porém muito perigosas para os
interesses de toda sociedade brasileira. São mais objetivos quando tratam de
recursos e de crédito e quando tratam da “agenda destrutiva”.
2
– Tem muitas contradições: propõe a diminuição do tamanho de estado, mas a
maioria das suas propostas (crédito, seguro, armazenagem, irrigação) exigem
ainda mais recursos públicos para o setor Ou seja: menos estado para os
camponeses e mais estado para o agronegócio.
3
– As propostas já estão sendo implementadas nesses dois primeiros meses apenas
de governo golpista. O MDA já foi extinto, os indígenas estão sendo duramente
reprimidos e Maggi trabalha aceleradamente na implementação de suas propostas.
4
– Há outros pontos que não estão na agenda especifica do setor, mas que são
abraçadas pela classe dominante como um todo, pois afeta a toda classe
trabalhadora. Como exemplo as mudanças propostas para a Previdência Rural (idade
mínima de 65 anos e desvinculação dos benefícios do salário mínimo) e proposta
do Exército reprimir as ocupações de terra.
5
– Diante desse plano e ameaças os Movimentos Sociais e Sindicais camponeses
precisam organizar suas linhas de defesa, de resistência e de lutas de massa
para derrotar estas propostas do plano ruralista, que quer o Brasil de volta
aos tempos da colônia.
Por Frei Sérgio Görgen
integrante da Coordenação Nacional do MPA e
João Pedro
Stedile integrante da Coordenação Nacional do MST
Publicado pelo Brasil de Fato
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