Segundo diretora-executiva do Programa Mundial de
Alimentos (PMA), cada crise de refugiados é também uma crise alimentar. Durante
evento em Nova York, Etharin Cousin citou a escassez atual de recursos para
ações humanitárias na África.
Grupo de refugiados do Sudão do Sul caminha em campo de Uganda. Foto: ONU |
Os atores
humanitários precisam ampliar seus esforços nas nações africanas com o objetivo
de atender as necessidades imediatas dos cidadãos desses países, torná-los mais
resilientes a crises e atingir a segurança alimentar, disseram oficiais das
Nações Unidas em evento sobre o tema organizado na semana passada na sede da ONU em Nova York.
A
diretora-executiva do Programa Mundial de Alimentos (PMA), Etharin Cousin,
moderadora do evento, disse que cada crise de refugiados é, por natureza,
também uma crise alimentar e de nutrição. Ao mesmo tempo, as crises alimentares
e de nutrição frequentemente impulsionam conflitos e deslocamentos.
Além disso,
crescentes níveis de conflito e violência, unidos ao impacto das mudanças
climáticas, não só agravaram as crises existentes como criam novos
deslocamentos tanto na África como em outros continentes, acrescentou.
“As crescentes
necessidades, assim como a escassez de recursos, ameaçam nossa solidariedade
coletiva, que demanda, pelo menos, uma resposta às necessidades básicas das
pessoas em situação de crise”, disse Cousin.
A
diretora-executiva afirmou ser necessário alertar a Assembleia Geral da ONU de
que atender tanto as necessidades das novas populações de refugiados como dos
refugiados em crises continuadas é “cada vez mais desafiador”.
Ela lembrou que o
PMA fornece assistência alimentar a mais de 3,1 milhões de pessoas deslocadas
em 25 países da África. No ano passado, na África Central e Oriental, a falta
de financiamento forçou o PMA a cortar até 30% dos recursos de cinco de sete
operações.
O encontro em
Nova York, denominado “Resposta Humanitária na África: a Urgência de Agir”,
incluiu intervenções de diversos palestrantes, após uma discussão entre
representantes dos Estados-membros, membros do sistema das Nações Unidas e
outros participantes.
O presidente da
Assembleia Geral da ONU, Mogens Lykketoft, encorajou participantes a ir além do
diagnóstico dos problemas, e mirar soluções reais.
“O que realmente
precisamos é reformar nossa abordagem em relação à resposta humanitária –
adotar uma abordagem de longo prazo tanto em termos de financiamento como em
termos de construção de resiliência; investir em redução dos riscos de
desastres; ultrapassar barreiras entre o desenvolvimento e a resposta
humanitária para que possamos nos mover juntos na Agenda 2030 e melhorar a
eficiência e efetividade de nossa resposta geral”, disse.
Fonte: ONUBRASIL
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