Humorista, atriz ou apresentadora, Monica Iozzi costuma
manter algo em comum nesta ^pluralidade de talentos: a opinião. Prova disso é
que mesmo sendo funcionária contratada da Rede Globo não poupa críticas à
emissora. Dia desses criticou, em seu Twitter, o jornalismo da casa,
especialmente o Jornal Nacional, por não transmitir, ao vivo, as
manifestações pró-democracia. Esta semana foi além: reproduziu na sua página do
Facebook a íntegra da entrevista concedida à Folha de São Paulo que o jornal
editou e escondeu: "na edição não ficou claro o que quis dizer". Monica
Iozzi revela-se assim mais do que um rostinho bonito a serviço do patrão. Ela é
a síntese da mulher que nos representa: inteligente, com personalidade e
caráter.
Leia aqui a íntegra do texto que ela publicou na sua página do
Facebook:
"A Folha de São Paulo publicou hoje [21]
em seu site uma entrevista feita comigo há alguns dias. Acredito que a
edição feita pela repórter não deixou minha opinião clara o suficiente. Por
isso, segue abaixo o conteúdo da entrevista feita por e-mail na íntegra",
desabafou Monica.
1) Você é praticamente uma unanimidade entre
os telespectadores da Globo e os usuários das redes sociais. Teme que
demonstrar seu posicionamento político - ainda que não partidário - possa te
prejudicar?
Não. Me sentiria prejudicada se não pudesse expor o que penso. Não posso
deixar de me pronunciar só porque trabalho na TV. Sei que muitas vezes serei
mal interpretada, principalmente num momento como este, em que o país
parece estar dividido apenas entre "coxinhas" e
"petralhas". Precisamos parar de nos comportar como torcidas
organizadas de futebol e aprofundar a discussão política no Brasil. Participei
do vídeo convidando as pessoas para as manifestações deste dia 18 com este
intuito. Mas é preciso deixar claro que a ideia não é abonar as ações do PT. A
ideia é cobrar que TODOS OS PARTIDOS sejam investigados e julgados de maneira
clara, imparcial e justa. E que a imprensa divulgue da mesma maneira as
acusações sofridas pelo PT, PSDB, PMDB, etc. O que não vem ocorrendo. Não sou
petista, mas não sou cega.
2) Já recebeu alguma advertência ou conselho
por parte da Globo a respeito dos comentários que tem feito na internet,
sobretudo o que citava o Jornal Nacional?
Não. Minhas redes sociais expõem o que eu penso, de maneira
completamente desvinculada da empresa em que trabalho. Usei o Jornal Nacional
como exemplo por ser o telejornal de maior audiência do país. Minha intenção ao
escrever aquele post foi de questionar como as pessoas vêm se informando. Não
sejamos ingênuos. Não existe imparcialidade na imprensa. Todo veículo pertence
a alguém ou a um grupo. E estas pessoas tem seus ideais, princípios e
interesses. Por isso precisamos nos cercar de toda informação possível.
Acompanho Veja, Carta Capital, IstoÉ, Piauí, Folha, Estadão, O Globo, JN, Jornal
da Cultura, Jornal da Band, Mídia Ninja, Globo News, Revista Fórum, blogs, etc.
Não podemos ser um povo que consome apenas as manchetes. Este debate raso e
tendencioso é que vem alimentando a atual atmosfera de ódio, preconceito e
intolerância na qual nos encontramos.
Fonte:
www.conexaojornalismo.com.br/