Já é a terceira greve desde que a Grécia aceitou, em
13 de julho, um novo programa de resgate acompanhado de novas medidas de
austeridade, para evitar a saída do país da zona do euro.
04/02/2016
Aeroporto Internacional de Atenas aderiu à greve geral na Grécia| Foto: Yannis Kolesidis/EPA/Agência Lusa
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As duas principais centrais sindicais da Grécia
convocaram para esta quinta-feira (4) uma greve geral em protesto contra a
reforma da previdência do governo de Alexis Tsipras, exigido por credores
internacionais. As mobilizações começaram na terça-feira (2) com uma
paralisação parcial do setor de transportes. Já os jornalistas anteciparam o
protesto e fizeram greve de 24 horas na quarta-feira (3), para garantir a
cobertura midiática da greve geral desta quinta.
A Confederação Grega dos Sindicatos do Setror Privado
(GSEE) e a União dos Funcionários do Setor Público (ADEDY), assim como os
agricultores, que têm promovido ações de rua por todo o país, exigem a retirada
de um projeto de reforma negociado com a União Europeia e o Fundo Monetário
Internacional (FMI). O projeto prevê aumento das contribuições e reduções nas
futuras pensões.
A greve geral de hoje pode provocar o cancelamento de 16
voos domésticos e interromper as ligações marítimas com as ilhas do país. Hospitais,
escolas e administração pública vão funcionar parcialmente.
O movimento grevista deve afetar ainda o setor de
serviços, depois de o sindicato dos proprietários convocar uma paralisação de
24 horas. As profissões liberais, médicos, advogados, notários e engenheiros
civis também receberam apelos para aderir à greve.
Os agricultores, que desde segunda-feira bloqueiam os
principais postos de fronteira do país com a Bulgária e Turquia e reforçaram as
barreiras que ergueram em 22 de janeiro nas principais rodovias, também
anunciaram que vão participar das manifestações previstas para o final da manhã
de hoje no centro de Atenas. Inicialmente haverá uma passeata da frente
sindical do Partido Comunista (KKE), seguida de outra do GSEE-ADEDY.
A volta das manifestações de rua de cunho social coincide
com a tentativa do governo grego de concluir e aprovar o projeto de reforma. A
votação está prevista para meados de fevereiro no parlamento, onde a coligação
do partido de esquerda Syriza e o nacionalista Gregos Independentes têm uma
pequena maioria de 153 dos 300 deputados.
A greve de hoje é a terceira, desde que a Grécia
aceitou, em 13 de julho, um novo programa de resgate
acompanhado de novas medidas de austeridade, para evitar a saída da Grécia da
zona do euro. O novo pacote, avaliado em $ 86 bilhões de euros, forçou a Grécia
a renunciar às promessas de ruptura imediata com a austeridade, que
contribuíram para a sua primeira vitória eleitoral, em janeiro de 2015.