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sábado, 14 de maio de 2016
MINISTRO DA JUSTIÇA CRIMINALIZA MOVIMENTOS SOCIAIS
Ex-secretário de Segurança
Pública de São Paulo, Alexandre de Moraes, defendeu pulso firme contra ações
violentas de movimentos sociais; "A partir do momento que seja
MTST, ABC, seja ZYH, que deixam o livre direito de se manifestar para queimar
pneu, colocar em risco as pessoas, aí são atitudes criminosas que vão ser
combatidas, assim como os crimes", disse o novo ministro da Justiça;
recentemente, ele classificou protestos contra o impeachment de Dilma Rousseff
de “atos de guerrilha”.
247 – Novo ministro da
Justiça, o ex-secretário de Segurança Pública de São Paulo, Alexandre de
Moraes, defendeu pulso firme contra ações violentas de movimentos sociais:
"A partir do momento que seja MTST, ABC,
seja ZYH, que deixam o livre direito de se manifestar para queimar pneu,
colocar em risco as pessoas, aí são atitudes criminosas que vão ser combatidas,
assim como os crimes", disse.
Recentemente, ele classificou protestos
contra o impeachment de Dilma Rousseff de “atos de guerrilha”.
Questionado sobre a Lava Jato, reafirmou que
a operação estará garantida no governo Temer: "Temos não só que mantê-la
como, porque é uma belíssima operação, melhorar. Melhorar a operação com mais
celeridade e mais efetividade", afirmou.
Leia abaixo reportagem da
Agência Brasil sobre o assunto:
Mariana Tokarnia
O novo ministro da Justiça e Cidadania,
Alexandre de Moraes, disse ontem (12) que apoiará a Operação Lava Jato e
incentivará o combate à corrupção. "Combate total à corrupção. A Lava Jato
hoje é o simbolo desse combate à corrupção", afirmou Moraes a um grupo de
jornalistas, após participar da cerimônia de posse do presidente do Tribunal
Superior Eleitoral (TSE), ministro Gilmar Mendes.
A pasta comandada por Moraes incorporou o
Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e Direitos Humanos, que foi
extinto. O ministro deixou a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo para
assumir a pasta. Algumas controvérsias envolveram a gestão.
Em janeiro, Moraes foi alvo de críticas de
movimentos sociais após negar abusos da Polícia Militar na dispersão de
manifestantes em protestos contra o aumento de passagens na capital paulista.
Na ocasião, os manifestantes foram encurralados pela tropa de choque. Diversas
imagens publicadas em redes sociais mostraram cidadãos e jornalistas sendo
agredidos por policiais.
Perguntado sobre as críticas que recebeu, o
ministro negou: "Não fui bastante questionado não. São dois, três
jornalistas que questionam, não a população". Diante da insistência na
pergunta, questionou: "Qual movimento social? Me diga um."
"Como todo movimento social, o MTST
[Movimento dos Trabalhadores sem Teto] tem todo o direito de se manifestar. Mas
MTST, ABC ou ZYH serão combatidos a partir do momento em que deixam o livre
direito de se manifestar para queimar pneu, colocar em risco as pessoas, que
são atitudes criminosas", adiantou.
Em seu discurso de posse na secretaria,
Moraes defendeu o uso de balas de borracha por policiais no controle de
multidões. O recurso chegou a ser proibido por uma lei aprovada pela Assembleia
Legislativa de São Paulo, mas que acabou vetada pelo governador Geraldo
Alckmin.
Outro tema que gerou fortes críticas de
juristas e especialistas foi a decisão da secretaria, que, em fevereiro,
resolveu tornar sigilosos por 50 anos todos os boletins de ocorrência
registrados pela polícia em São Paulo. Foram classificados como secretos também
os manuais e procedimentos da Polícia Militar paulista. A decisão foi assinada
por Geraldo Alckmin.
Por: Brasil 247
http://www.brasil247.com/
sexta-feira, 13 de maio de 2016
OLIGARQUIA COELHO: uma história de oportunismo, patrimonialismo e apoio a golpes de Estado
Ao observar a participação
dos Coelhos na história política do país, conclui-se que a Arena apoiou o golpe
militar, que mais tarde se denominou PSD, depois PFL, e atualmente Democratas
(DEM), que apoia o golpe contra o governo da presidenta Dilma, junto ao qual
estão: PMDB, PPS e PSB, todos partidos ligados à trajetória do clã
petrolinense.
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O presidente, general Artur da Costa e Silva, a esquerda, e o governador Nilo Coelho a direita, inaugurando a nova BR-122 |
O processo de Impeachment contra a presidenta
Dilma é oportunidade para petrolinenses e pernambucanos voltarem ao passado e
identificarem como políticos de famílias tradicionais se comportaram em
situações de flagrante ataque à democracia brasileira. A família Coelho, de
Petrolina, cumpriu importante papel nesse sentido.
Nos anos da Ditadura Militar (1964-1985) a
Oligarquia estava acomodada na Aliança Renovadora Nacional – Arena, partido de
apoio aos governos autoritários, onde adquiriu grandes benefícios políticos e
econômicos, garantindo a extensão do seu poderio ao território pernambucano
através da indicação do então deputado Nilo de Souza Coelho ao governo
estadual.
Nascido em 1920, Nilo foi um dos mais
vigorosos políticos do clã. Em 1947 iniciou sua carreira política como deputado
estadual. Durante o último governo Vargas, em 1951, foi eleito deputado
federal. No ano em que ocorreu o golpe contra o governo do presidente João
Goulart, 1964, Nilo era o 1º secretário da Câmara e cumpriu importante papel de
apoio ao Presidente da República, general Castelo Branco, de quem recebeu, em
1967, a indicação para se tornar governador do estado pernambucano. Ainda
durante a Ditadura, em 1979, Nilo foi beneficiado com os votos do senador
arenista, Cid Sampaio, e garantiu ingresso ao senado, chegando ao cargo de
presidente daquela casa legislativa.
Nesse período a família Coelho conseguiu
capitanear vultosos recursos para o município e o Estado. Segundo Ruyter
Antônio Bezerra dos Santos, em pesquisa de mestrado, pela Universidade Federal
FRN, intitulada “Nas Sombras da Família Coelho: a dinâmica de uma dominação
política”, esses recursos serviram mais para a manutenção do grupo familiar que
para o beneficiamento da população.
Com o fim do bipartidarismo a Arena passou a
se chamar Partido Democrático e Social (PDS). Em 1983 o senador faleceu na
cidade de São Paulo, deixando um legado político para as próximas gerações do
clã. Em locais públicos, prédios e instituições de importância para o município
e o Estado, o nome do político está impresso em quase duas dezenas desses
espaços.
Da geração seguinte, Fernando Bezerra Coelho
(FBC), sobrinho de Nilo, é um dos políticos que tirou grande proveito do
tradicional domínio do grupo familiar. Nascido em 1957, Bezerra iniciou sua
carreira política em Pernambuco, quando foi eleito, em 1982, deputado estadual
pelo PDS. Quando a sigla mudou para Partido da Frente Liberal (PFL), lá estava
o deputado Bezerra Coelho. Em 1986, já no Partido do Movimento Democrático
Brasileiro (PMDB) foi eleito deputado constituinte e reeleito em 1990, quando
renunciou para se tornar prefeito do município de Petrolina (1992-1996). No ano
2000, no Partido Socialista Popular (PPS), FBC iria governar a sua terra natal
pela segunda vez; foi reeleito em 2004 mas renunciou o mandato para assumir o
cargo de Secretário de Planejamento no governo de Eduardo Campos. Na ocasião,
Fernando Coelho filia-se ao Partido Socialista do Brasil (PSB), um dos
principais partidos de apoio aos governos Lula e primeiro governo Dilma. Essa
relação garantiu a FBC o cargo de Ministro da Integração Nacional entre 2011 e
2013.
Atualmente, Senador pelo PSB e, juntamente
com Fernando Bezerra Coelho Filho, deputado federal, tornaram-se importantes
lideranças nacionais da legenda, principalmente, após a morte do governador
Eduardo Campos, em 2014. Com a nova articulação política, de rompimento com o
governo Dilma, os Coelhos tornam-se articuladores e apoiadores do processo de
Impeachment contra a presidente, considerado por movimentos sociais, juristas e
pela imprensa internacional um golpe de Estado, já que não apresenta crime de
responsabilidade cometido pela chefe do executivo nacional e reúne quantidade
significativa de vícios, contradições jurídicas, morais e políticas, a começar
pelas votações, tanto na Câmara quanto no Senado, conduzidas e operadas por
políticos comprovadamente envolvidos com crimes de corrupção, como é o caso do
deputado Eduardo Cunha.
![]() |
Miguel Coelho, Fernando Bezerra Coelho Filho e Fernando Bezerra Coelho |
Em dezembro de 2015, o ministro do Teori
Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou investigação do senador
FBC por suspeita de envolvimento num esquema que desviou milhões da Petrobrás,
investigado pela operação Lava Jato.
Ao observar a participação dos Coelhos na
história política do país, conclui-se que a Arena apoiou o golpe militar, que
mais tarde se denominou PSD, depois PFL, e atualmente Democratas (DEM), que
apoia o golpe contra o governo da presidenta Dilma, junto ao qual estão: PMDB,
PPS e PSB, todos partidos ligados à trajetória do clã petrolinense. Para não
deixar a capitania hereditária sem renovação no município, o filho de FBC,
Miguel Coelho, deputado estadual, se apresenta como grande opção para as
eleições municipais em 2016. No município um grupo significativo de vereadores
quando se apresentam na imprensa local utilizam a expressão, de viés
coronelista, “sou do grupo de Fernando”.
Quando puderam usufruir de importantes cargos
dos governos Lula e Dilma, eles comemoraram. No dia em que a presidenta Dilma
foi afastada do cargo, por um processo de Impeachment envolto de suspeitas,
vícios e desconfianças, eles também comemoram, numa íntima relação entre
oportunismo, traição e golpismo. Nos veículos de comunicação bradavam contra o
governo da presidenta Dilma, acusando-o de corrupção e de aprofundar a crise do
país. Agora, de mãos dadas com o novo governo, parecem esquecer ou não levar em
consideração o fato de o presidente em exercício, Michel Temer, e diversos dos
seus ministros serem investigados ou citados em operações da Polícia Federal
por crimes de corrupção, e não se importar com as medidas que haverão de
devastar direitos sociais e sacrificar ainda mais as classes trabalhadoras. Na
próxima eleição eles voltam, por bairros e povoados pobres de Petrolina, na
caça ao voto.
Cargos/Mandatos dos Coelho
Primeira geração
Coronel Quelê (Clementino Souza Coelho) – o
patriarca, foi subprefeito de Petrolina. Era casado com Josepha Coelho, com
quem teve 12 filhos.
Segunda geração
Dos onze filhos, cinco se envolveram com
política:
Nilo – deputado estadual e federal, senador e
governador de Pernambuco. Morreu em 1983, após sofrer um infarto enquanto
discursava no Senado.
Gercino – foi prefeito de Guanambi (BA) e
deputado estadual pela Bahia. Morreu em campanha em 1950.
Osvaldo – soma 44 anos de atuação no
Legislativo: três mandatos na Assembleia de Pernambuco e oito na Câmara dos
Deputados. Morreu em 2015.
José – foi deputado, prefeito de Petrolina e
senador. Morreu em 2007.
Geraldo – ex-deputado estadual e ex-prefeito
de Petrolina. Tem 90 anos.
Terceira geração
Fernando – ex-deputado federal, ex-prefeito
de Petrolina (por três vezes), ex-ministro da Integração Nacional e senador
eleito em 2014. É filho de Paulo Coelho.
Clementino – foi deputado federal e presidiu
a Codevasf. É irmão de Fernando.
Guilherme – filho de Osvaldo, é ex-prefeito
de Petrolina. Atual vice-prefeito, disputou vaga na Câmara em 2014, mas foi
derrotado.
Ciro – foi secretário estadual de Recursos
Hídricos e deputado estadual. É filho de José.
Nilo Moraes Coelho – filho de Gercino, é
ex-governador da Bahia e ex-prefeito de Guanambi. Em 2010, candidatou-se a
vice-governador na chapa de Paulo Souto (DEM), mas foi derrotado.
Quarta geração
Fernando Filho – deputado federal reeleito em
2014 para o terceiro mandato. Concorreu à Prefeitura de Petrolina em 2012. Foi
derrotado. É filho de Fernando Bezerra Coelho.
Miguel – deputado estadual eleito para o
primeiro mandato em 2014. É também filho de Fernando.
*Gilmar Santos é professor de História.
Por: Ponto Critico
http://pontocritico.org/
quinta-feira, 12 de maio de 2016
Dirigentes do Ministério da Saúde afirmam que não reconhecem governo interino de Temer
Setores
ligados ao Ministério da Saúde lançaram nota dizendo que não reconhcem a
legalidade do governo interino de Michel Temer.
Diversas pessoas ligadas à secretaria do Ministério da
Saúde lançaram uma nota, na manhã desta quinta-feira (12), alegando que não
reconhecem a “legitimidade e nem a legalidade”do governo interino de Michel
Temer, que assumirá por até 180 dias o lugar de Dilma Rousseff, após o Senado
Federal aceitar a adimissibilidade do pedido de impeachment da presidenta.
“Não reconhecemos legitimidade nem legalidade porque o
modo que tentam impor à população um projeto que ela não quer e rejeita no voto
é por meio de um impeachment ilegal, um golpe, que cassa o voto popular e tem
como principal objetivo colocar nas costas da imensa maioria do povo,
principalmente a parcela mais pobre, a conta da crise econômica pela qual passa
o mundo e o Brasil, garantindo a salvaguarda dos interesses, renda e riqueza da
parcela mais rica da população, sócia do golpe”, afirma parte do manifesto.
Confira o manifesto na íntegra:
Nós, diversos dirigentes em
vários níveis e secretarias do Ministério da Saúde, participantes do
Movimento Sanitário Brasileiro, de Coletivos Saúde e
Democracia, defensores do SUS e identificados com os valores e lutas da
esquerda, declaramos que não reconhecemos legitimidade e nem legalidade no
governo temporário e golpista.
Não reconhecemos legitimidade
porque seus representantes, ideias e propostas não derivam do voto
popular, não foram eleitos nas urnas. Antes o contrário, as políticas que
querem implantar, que respondem a interesses privados e particulares dos
grupos integrantes do “Consórcio Golpista”, foram rejeitadas nas eleições
diretas e democráticas de 2002 e vêm sistematicamente sendo derrotadas nas
urnas como aconteceu em 2006, 2010 e há menos de 2 anos em 2014.
Não reconhecemos legitimidade
nem legalidade porque o modo que tentam impor à população um projeto que
ela não quer e rejeita no voto é por meio de um impeachment ilegal, um
golpe, que cassa o voto popular e tem como principal objetivo colocar nas
costas da imensa maioria do povo, principalmente a parcela mais pobre,
a conta da crise econômica pela qual passa o mundo e o Brasil, garantindo
a salvaguarda dos interesses, renda e riqueza da parcela mais rica da
população, sócia do golpe.
Um consórcio golpista,
economicamente neoliberal, politicamente autoritário, patrimonialista e
clientelista, ideologicamente conservador e intolerante e que, embora
assuma hipocritamente o discurso de combate a corrupção, é constituído
por pessoas e grupos que há mais de 30 anos chantageiam os governos da
vez, praticam e se sustentam da corrupção e têm ocupado o Estado desde
então para satisfazer os interesses privados que representam.
Não aceitamos em nenhuma
hipótese participar de um governo ilegítimo, ilegal e com um projeto
antipopular, neoliberal, excludente e da direita mais atrasada
e conservadora.
Nos últimos anos enfrentamos
muitos desafios, avançamos muito em diversas dimensões e também, é claro,
deixamos de avançar em outras: muito há ainda para ser feito. Participamos
da construção de diversas políticas que consideramos conquistas do SUS e
da sociedade e que, por elevarem o patamar de atenção à saúde e qualidade
de vida da população, por investir e valorizar os trabalhadores de saúde
e por promover e fortalecer a participação popular, deverão ser defendidas
a todo custo:
– o fortalecimento da Atenção
Básica com o maior aumento do financiamento de sua história, a
qualificação quase universal da infraestrutura com mais de 26 mil obras em
UBS e os programas e ações que promoveram um salto em sua qualidade como o
PMAQ, o Telessaúde, eSUS e implantação do Cartão SUS;
– o avanço na cobertura e
qualidade da Estratégia de Saúde da Família, com novos tipos de equipes
multiprofissionais e inédita ampliação das mesmas e com o Programa Mais
Médicos, que no presente tem levado saúde com qualidade e dignidade a mais
de 65 milhões de pessoas, em mais de 4 mil municípios, comunidades
assentadas, acampadas, quilombolas e ribeirinhas e todos
distritos indígenas, e que deu saltos importantes rumo à suficiência,
democratização e qualidade da formação dos médicos, voltada para as reais
necessidades de saúde da população brasileira, com destaque para o
estabelecimento da Medicina de Família e Comunidade como especialidade
base e essencial para o país;
– a sequência de avanços no
“Brasil Sorridente” garantindo da atenção básica à especializada na saúde
bucal, passando pelas unidades móveis em acampamentos, assentamentos e
comunidades quilombolas;
– o fortalecimento da promoção
da saúde, o enfrentamento das doenças crônico- degenerativas e da
obesidade, a criação do Programa “Academia da Saúde”, a implantação de
políticas de regulação sobre elementos nocivos à saúdeproduzidos pela indústria
de alimentos e do tabaco, e também o lançamento deuma nova Política de
Alimentação e Nutrição para o SUS;
– a ampliação do acesso
oportuno a uma assistência farmacêutica de qualidade com expansão e
diversificação da farmácia básica e implantação do “Saúde não tem preço”,
garantindo medicamentos gratuitos aos cidadãos, além da ampliação da Rede
“Aqui tem Farmácia Popular”;
– a afirmação e avanço de uma
politica de saúde mental na qual se cuida em liberdade e respeitando os
direitos humanos, que passa pelo “Caminhos do Cuidado” e Consultórios na
Rua até a grande expansão dos CAPS 24 horas;
– a expansão dos serviços de
urgência como a Unidades de Pronto Atendimento (UPA) e o SAMU, e a criação
mais recente de novos serviços e modos de cuidado como as equipes de
Atenção Domiciliar do “Melhor em Casa”;
– o investimento no
trabalhador, por meio do desenvolvimento da política de educação
permanente e da formação no SUS, com processos educacionais diversificados
para trabalhadores em nível elementar, médio, técnico e superior, com
modalidades que vão de residência e mestrados profissionais para as
várias profissões até a educação permanente em serviço.
– a valorização dos
trabalhadores com ações de democratização das relações de trabalho; mesas
de negociação; programas de desprecarização de vínculos; Programa de
Valorização dos Agentes Comunitários de Saúde e de Combate às Endemias; e
com a entrada do Brasil no que aqui passou a ser chamado de “Agenda do
Trabalho Descente no SUS”, investindo na qualidade do trabalho, apostando
na participação e combatendo todas as formas de preconceito,racismo, machismo,
homofobia, discriminação e intolerância;
– o fortalecimento da participação
popular e do controle social, desde o respeito aos fóruns permanentes de
diálogo e decisão até as diversas Conferências nos três entes, passando
pelos processos de participação, presenciais e virtuais que reforçam o
real, como o SUSConecta;
– o respeito democrático e
republicano nos espaços e com os entes da relação interfederativa do SUS.
Entendemos que neste momento
histórico – como o foi nos anos 70 na luta do movimento sanitário contra a
ditadura, pela democratização e pelo direito à saúde que resultou na
proposição e criação do SUS – a luta pela saúde deve também ser a luta
por democracia que se traduz em: reestabelecimento do Estado Democrático
de Direito; devolução da soberania ao voto popular; e intensificação da
democracia, tanto do ponto de vista da participação e controle popular
sobre os eleitos e suas ações, quanto de extensão e aprofundamento da
democracia às dimensões econômicas, sociais, cognitivas e culturais, para
além, apenas, da política formal.
Assim como nos anos 70 quando
a luta de muitos construiu o SUS, temos a responsabilidade de agora
continuarmos em luta para consolidarmos as conquistas de nosso povo com o
SUS num momento em que o governo golpista já anuncia que usará o argumento
da crise para retirar direitos, segmentar o acesso ao SUS,
desmontar programas, privatizar serviços, desvincular receitas e reduzir o
financiamento, rompendo até os princípios da universalidade e gratuidade.
Em tempos de crise a direção correta deve ser a de aumentar a proteção ao cidadão,
que estará mais vulnerável. Dotar o Estado com capacidade de ser mais
equânime e justo, não retrocedendo ou desprotegendo a população mais
vulnerável. Os movimentos, organizações e cidadãos não podem aceitar
retrocessos: nenhum passo atrás! Toda resistência sem trégua a cada
serviço, programa, política e direito que se queira subtrair do povo.
Por tudo isso, para nós, é
impossível seguir no Ministério da Saúde. Mergulharemos na luta pela
democracia; contra retrocessos nas conquistas sociais e nas políticas públicas; e
pelo avanço do SUS como sistema gratuito, universal, equânime e integral,
direito do povo brasileiro. Estas bandeiras nos animam e terão que ser
construídas em todos os espaços potenciais de resistência e oposição ao
pretendido projeto neoliberal e de desmonte do SUS: nas lutas dos
movimentos sociais, nas diversas organizações populares, nas
Universidades, nos partidos e gestões progressistas. Sempre na busca por
uma sociedade mais justa e pelo Estado necessário à redução das profundas desigualdades
do nosso país.
Em respeito ao nosso
compromisso histórico e inquebrantável com o SUS, com o Estado brasileiro
e principalmente, com o povo de nosso país, garantimos todos os recursos,
informações e condições para a continuidade dos Programas que são executados.
Além disso, reforçamos a
importância do compromisso dos trabalhadores do Ministério da Saúde com o
SUS e com o povo, estes que sempre nos orgulharam na defesa do Direito à
Saúde. Continuarão a lutar pelo avanço do SUS e seguirão legitimados pela
população brasileira que usa e defende a saúde pública, gratuita e
de qualidade.
Temos orgulho de termos
participado do Governo da Presidenta Dilma.
Temos orgulho e convicção de
nos posicionarmos ao lado do povo, da soberania do voto popular, do SUS,
contra a corrupção e o consórcio de corruptos e corruptores, pela
Democracia, pelas conquistas sociais e sempre em luta por uma sociedade
mais justa, democrática, que respeite as diferenças e as transforme em
potência, generosa, fecunda e mais feliz, sempre comprometida com o desenvolvimento
de nossa gente.
Temos orgulho, convicção e
prazer de, nestes termos, lutarmos por Saúde e Democracia, adiante e
sempre!
Por: Saúde Popular
https://saude-popular.org
segunda-feira, 9 de maio de 2016
Renan mantém andamento de processo de impeachment de Dilma no Senado
O presidente do Senado, Renan
Calheiros, decidiu nesta segunda-feira (9) dar continuidade ao processo de
afastamento da presidente Dilma Rousseff, após rejeitar a decisão do presidente
em exercício da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), de anular as sessões que
aprovaram a admissibilidade do impeachment naquela Casa.
Com isso, foi lido o
resumo do parecer da Comissão Especial de Impeachment pela admissibilidade do
processo. Agora, há um prazo de 48 horas até que se possa realizar a votação da
matéria no Plenário do Senado.
A decisão de Renan de
desconsiderar a anulação do processo por Waldir Maranhão gerou discussão entre
a oposição e a base governista. Ao sair do Senado Federal na noite desta
segunda, o presidente do Senado afirmou que a sessão de análise da admissibilidade deve ser iniciada quarta (11),
às 9h e ser concluída no mesmo dia.
Ao anunciar sua decisão, Renan
explicou que não poderia interferir nos discursos proferidos pelos deputados,
antes da votação naquela Casa, no dia 17 de abril. O anúncio de votos e a
orientação partidária foram argumentos citados por Waldir Maranhão para anular
a sessão. Renan também rejeitou a alegação de que a decisão da Câmara pela
admissibilidade não poderia ter sido encaminhada por ofício. Maranhão
argumentou que o documento adequado seria uma resolução.
Renan afirmou, ainda, que a
anulação foi intempestiva, pois o processo de impeachment já se encontra em
discussão no Senado.
— Aceitar essa brincadeira com
a democracia seria ficar pessoalmente comprometido com o atraso do processo —
concluiu Renan, lembrando que, desde a chegada da matéria ao Senado, disse que
não agiria nem com pressa, nem com procrastinação.
Confira mais em:
http://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2016/05/09/renan-mantem-andamento-de-processo-de-impeachment-de-dilma-no-senado.
Câmara acata recurso apresentado pela AGU e anula sessão que aprovou o impeachment da presidente Dilma
O presidente em
exercício da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão (PMDB-MA), anulou nesta
segunda-feira 9 a sessão que autorizou o impeachment na Casa, realizada no dia
17 de abril, um domingo.
O parlamentar
atendeu a um pedido da Advocacia-Geral da União (AGU), apresentado pelo
ministro José Eduardo Cardozo, e convocou uma nova sessão, a acontecer daqui a
cinco sessões.
Entre os pontos
alegados pela AGU estão o de que na votação de impeachment não cabe antecipar
votos e nem orientação de bancadas.
http://www.brasil247.com publicado em: 09/05/016.
A Advocacia-Geral da União
(AGU) apresentou nesta segunda-feira (25) petição com pedido para que a Câmara
dos Deputados decrete a nulidade da sessão do plenário realizada no dia 17 de
abril, que autorizou a abertura do processo de impedimento contra a presidenta
da República, Dilma Rousseff.
No recurso, a AGU aponta que irregularidades na
sessão desrespeitaram decisões do Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo a
Advocacia-Geral, no julgamento da ADPF nº 378, a Corte deixou claro que "a
convicção político-partidária é pessoal e corresponde ao juízo individual de
cada parlamentar". Porém, aponta a AGU, os líderes dos partidos
"violaram formação da livre e pessoal convicção dos deputados" ao
orientarem a votação das bancadas.
A Advocacia-Geral lista também decisões da Corte
Interamericana de Direitos Humanos reconhecendo que julgamentos políticos
realizados pelo Congresso são obrigados a respeitar a imparcialidade.
"Nesse sentido, ter-se um posicionamento derivado de orientação
partidária, antes das alegações, ofende o devido processo legal e nulifica o
julgamento, por impedir a imparcialidade", afirma.
No documento encaminhado ao presidente da
Câmara, a AGU ainda apontou que, ao analisar o Mandado de Segurança nº 34.130,
o Supremo também firmou entendimento de que "o objeto de deliberação pela
Câmara estará restrito à denúncia recebida pelo presidente daquela Casa".
Contudo, muitos deputados, ao declararem seu
voto, não usaram como justificativa as denúncias de crime de responsabilidade
aceitos pelo presidente da Casa, e sim manifestações sem qualquer relação com o
objeto. Como exemplo, a petição cita casos de parlamentares que disseram estar
votando, por exemplo, contra o comunismo e a incompetência ou pela família e a
cidade natal.
"Percebe-se a completa desconexão entre a
acusação e a maior parte dos fundamentos dos votos proferidos no plenário da
Câmaras dos Deputados, o que leva a invalidade do resultado, isto é, da
autorização para abrir o processo de impeachment contra a presidenta da
República", afirma a petição.
Entres as irregularidades apontadas está também
a de que o relator do processo na comissão especial da Casa, deputado Jovair
Arantes (PTB/GO), ter discursado na tribuna no dia da votação. De acordo com a
Advocacia-Geral, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB/RJ),
violou os princípios do contraditório e da ampla defesa ao indeferir o pedido
apresentado pela AGU para falar no mesmo dia e ao autorizar a fala do relator,
mesmo sem previsão legal ou regimental que respaldasse a decisão.
O documento assinado pelo advogado-geral da
União, José Eduardo Cardozo, pede para que o processo, atualmente em tramitação
no Senado Federal, volte à Câmara para ser submetido a nova votação.
Ainda segundo a AGU, decisão do STF, a
Constituição e o Regimento Interno da Câmara estabelecem que a "única
forma de materialização da decisão da Câmara dos Deputados, em casos como o
presente, é a edição de resolução".
Porém, o presidente da Casa se limitou a
encaminhar ofício ao presidente do Senado Federal. De acordo com a
Advocacia-Geral, "o ofício é um mero expediente de comunicação externa
entre órgãos e não ostenta a condição de ato formal capaz de exprimir o valor
da deliberação realizada pelo pleno da Câmara dos Deputados, tampouco tem o
caráter de dar a publicidade que se exige legal e formalmente".
Fonte: AGU por Filipe Marques (Publicação de : 26/04/2016 - Alterado : 28/04/2016)
Adaptação de texto: Cicero Do Carmo
quinta-feira, 5 de maio de 2016
Jornais apoiam o impeachment de Dilma?
Uma excelente análise de conjuntura sobre a mídia no Brasil.
O texto a seguir é o
resultado de uma pesquisa da jornalista Cileide Alves, comparando os editoriais
dos três maiores jornais do país nas crises de 1964, 1992 e 2016. O
trabalho, publicado originalmente na plataforma Medium, chega a uma conclusão surpreendente: os editoriais são
mais confiáveis que as notícias nos tres maiores jornais do país.
(...)
Numa sociedade horizontalizada pelas
redes sociais, pais, padres, professores, médicos, para citar alguns exemplos,
perderam autoridade. A hierarquia
quebrou-se. Os políticos perderam credibilidade, mas não o poder, e não seria
diferente com a mídia, a mais exposta. Ao longo desses dois anos de governo
tumultuado de Dilma Rousseff, o papel da imprensa foi colocado em xeque em
inúmeros artigos jornalísticos e acadêmicos, discursos e bate-papo nas redes
sociais.
Assim
comecei a me questionar. Qual foi o papel da mídia no processo de impeachment
de Dilma? Decidi fazer uma pesquisa em três momentos de queda de presidentes da
República no Brasil. Diante da dificuldade de acesso a arquivos de tipos
diferentes de mídia, optei por três jornais cujos acervos estão disponíveis na
internet: Folha de S.Paulo, O Estado de
S.Paulo e O GLOBO.
Escolhi
três fatos: a deposição do presidente João Goulart, em 1964, pelo golpe
militar; o impeachment do presidente Fernando Collor de Mello, em 1992; e o
processo de impeachment atual. Dediquei várias horas a ler editorais dos três
jornais de março e abril de 1964; de setembro e dezembro de 1992, meses da
admissibilidade do impeachment e da renúncia de Collor respectivamente, e o
apanhado de editorais de janeiro a 20 de abril deste ano dos mesmos jornais. (...)
Conclusão: os jornais, como em
64, escolheram um lado
A Guerra Fria dividiu o
mundo na década de 60 e essa influência internacional contaminou a política
brasileira. A imprensa (representada neste texto pelos três jornais
pesquisados) juntou-se aos empresários, militares, movimentos sociais, igreja,
e convenceu a população de que o Brasil corria o risco de se transformar em um
país comunista pelas mãos do presidente João Goulart. Foi um dos agentes da
deposição de Goulart.
A disputa ideológica entre
direita e esquerda ganhou a adesão dos jornais, sob o pretexto de proteger o
país dos comunistas e dos totalitários. Os jornais se juntaram aos “bons” na
luta contra o “mal” e contribuiu decisivamente para implantação do regime que
por 21 anos comandou perseguições políticas, prisões, torturas e mortes. Ela
própria depois se tornou vítima, a exemplo de tantos outros apoiadores do
golpe, como o então governador da Guanabara, Carlos Lacerda — para ficar apenas
em um exemplo –, o maior líder da oposição aos governos de Getúlio Vargas,
Juscelino Kubitschek e João Goulart que depois foi cassado e preso.
Em 1992 a direita estava
envergonhada com o recente fim da ditadura militar. A oposição a Collor de
Mello uniu todas as forças políticas brasileiras. O país estava em lua de mel
com seus políticos, em função da recente redemocratização. Confiava-se que os
políticos resolveriam os problemas da Nação pós-queda do presidente. Não havia
disputa ideológica, mas uma quase unanimidade contra um governo que liderou o
“maior esquema de corrupção da história”. Além da corrupção, que chocou a
população à época tal qual a Lava Jato nos dias de hoje, a crise econômica era
superior à atual. A inflação estava na casa dos 80%; a taxa de desemprego era
igualmente alta e nossa moeda, que já havia mudado de nome várias vezes, nem
valor tinha.
Políticos de esquerda, de
direita, empresários (também liderados pela Fiesp), sindicalistas, movimentos
sociais, igreja todos se uniram pelo impeachment. À imprensa (em especial os jornais
e as revistas semanais) coube a tarefa de investigar e fazer a crônica dos
fatos, sem precisar se posicionar, como fizera em 1964. Talvez ainda estivesse
traumatizada com o erro do passado.
A atuação da imprensa em
2016 em nada lembra a de 1992. Diferentemente, há vários elementos que a
aproxima da de 1964. O contexto internacional mudou. Não há mais o fantasma do
comunismo da Guerra Fria. A disputa ideológica agora acontece nas Américas, com
os governos esquerdistas e populistas na Venezuela, Equador, Bolívia e
Argentina, este até a posse do novo presidente em dezembro. Daí surgiram os
novos “perigos” a assombrar os setores conservadores da sociedade brasileira.
Trocam-se as palavras comunismo e totalitarismo de 64 e por lulopetismo e
bolivarianismo. Formou-se, assim, o novo quadro ideológico que novamente uniu
jornais, empresários, parte da população e políticos contra esta ameaça moderna
representada no governo de Dilma Rousseff.
Na comparação dos
editoriais de 1992 com os de 2016, desta vez os jornais não tentaram fazer
apenas a crônica dos fatos jornalísticos. Eles mesmos se tornaram porta-vozes
dos setores que defendem o impeachment, tomando partido a favor de um dos lados
(aqui cabe ressalvar a posição mais neutra da Folha). O escritor Bernardo Carvalho
tratou desse assunto no artigo Jogando para a plateia, publicado dia
17 de abril na Folha.
“Por que, agora, quando
quero saber de um fato, leio uma coluna de opinião? Será simplesmente porque os
jornais estão cheios delas? (…) Ou será porque os fatos nunca estiveram tão
descaradamente editorializados? Ou porque a coluna de opinião é pelo menos uma
referência subjetiva identificável (sei quem está falando e por quê) em meio à
falsa objetividade da guerra de propaganda em que se converteu a mídia?”
Parodiando o escritor,
conclui depois dessa longa pesquisa que os jornais só estiveram “descaradamente
editorializados” como agora em 1964 e que, felizmente não é mais possível se
enganar com a falsa objetividade, há muito perdida “na guerra de propaganda em
que se converteu a mídia”. A coluna de opinião é, sim, mais confiável, pois o
leitor conhece quem está falando e por quê.
Cileide Alves é jornalista
e pesquisadora da mídia
Na íntegra em:
http://observatoriodaimprensa.com.br/
Resumo de texto: Cicero o Carmo
sábado, 30 de abril de 2016
Petrolina e o coronelato, por Rui Daher
O atraso social e a
concentração de renda têm raízes na história.

Na semana passada, estive em Petrolina para trabalhar e
participar de um evento esportivo da TV Grande Rio. Talvez por
vivermos um momento triste, no qual mais uma vez a Federação de Corporações
sangra nosso direito de democracia, desenvolvimento e inserção social, fui
menos paixão e negócios, e mais colunista de CartaCapital.
Fiz perguntas e anotações. Desconfiei de passado e
presente que fazem evidentes os descaminhos políticos da região e consequentes
distorções econômicas e sociais. Petrolina revive um paradigma antes muito
utilizado: a convivência maligna entre a riqueza exuberante de poucos e a
pobreza expressiva de muitos, o que sugeria vivermos em país parte Bélgica
parte Índia, a Belíndia.
Padres capuchinhos, em missão de catequese indígena no
final do século 17, começaram a desbravar aquela região de caatinga do médio
São Francisco. Passaram-se dois séculos para que fosse fundada como Vila, em
1870, e mais 23 anos para município com autonomia legislativa.
Não se trata, pois, de um aglomerado urbano novo, como os
polos criados no Centro-Oeste a partir do crescimento do plantio de grãos.
Teria idade para ter-se desenvolvido mais, não fossem os entraves do semiárido
nordestino, de recente solução.
Tem população estimada em 350 mil habitantes, PIB per
capita de 15.334 reais, e IDH-M (Índice de Desenvolvimento Humano) de 0,697.
Dos 5.570 municípios brasileiros, 2.000 estão à sua frente.
Depois que as águas do São Francisco possibilitaram
contornar o principal entrave do semiárido, em Petrolina e região
desenvolveu-se avançado polo produtor e exportador de frutas de ótima
qualidade. A expressão econômica da região cresceu e trouxe com ela agregação
de valor através de indústrias, comércio e serviços.
Por que, então, a visível pobreza?
Embora o Censo IBGE 2010 mostre Petrolina com 32% de
brancos e 68% de pardos, negros, amarelos e indígenas, a impressão é de que
apenas os primeiros frequentam o luxo da cidade, expressão territorial na
chamada Orla e comercial no River Shopping.
Espanta numa cidade banhada pelo rio São Francisco, de
agricultura viável e rica por efeito da água de irrigação, predominarem grandes
extensões de terras como se desertos fossem. Poucas praças, ínfima arborização,
paisagismo restrito aos guetos particulares em condomínios residenciais de luxo
ou estabelecimentos comerciais de caro consumo.
Apesar de parte da explicação eu já conhecer através dos
livros e do que me foi ensinado nos “barracões” da Ciências Sociais, na
caminhonete de um grande amigo e empresário, pergunto os motivos para a
convivência de exuberante riqueza e desoladora miséria.
“Vou te mostrar”, respondeu, se encaminhando para zonas
periféricas à Orla e ao Centro da cidade.
- Vê esse terrenão? Dos Coelhos. Aquele posto de
gasolina? Dos Coelhos. O supermercado? Também. Concessões de TV e rádio? Idem.
De volta ao asfalto da Orla, percorremos vários
quilômetros. De um lado, edifícios altos e modernos, hotéis e restaurantes de
arquitetura arrojada. De outro, olhando-se em direção ao rio, pouco se vê do
“Chico”, apenas longas extensões de terras áridas de caatinga. De tempos em
tempos, aparecem condomínios de luxo ali incrustados.
Pergunto: “E essas extensões de terras descuidadas,
vazias”?
- Tocas de Coelhos esperando valorização para venda.
Não pensem, no entanto, que isso tudo é falado como
recriminação. No Brasil, patrimonialismo e desenvolvimento nem sempre foram
fatores antagônicos. Muito do que hoje Petrolina tem de bom se deve aos
empreendimentos dos Coelhos, como políticos e empresários.
A saga do clã começa ainda nos primeiros anos do século
20, com o coronel Quelê, apelido de Clementino Coelho, líder político e
econômico da região, desde a República Velha.
Quelê Coelho teve farta prole, 11 filhos. Entre eles,
Nilo Coelho, governador biônico de Pernambuco de 1967 a 1971, senador da Arena
e do PDS, e presidente do Congresso Nacional, em 1983.
Ao encaminhar seu filho médico, Nilo Coelho, para a
política, fez dele o grande indutor do avanço de Petrolina. Pavimentou
estradas, criou médias e pequenas empresas, levou eletricidade e postos de
saúde às vilas rurais, ergueu casas populares. Mas, apaixonado, implantou os
projetos de irrigação que vira nos EUA.
Como em todo patriarcado, ramos da família acabam
rachados. Nem por isso suas fortunas diminuíram, pelo contrário, aumentaram.
Nada, porém, mais determinante do atraso social e da concentração de renda.
Quem foi ao Maranhão e conhece o clã Ribamar, sabe disso.
Será muito difícil a querida Petrolina superar a
desigualdade sem fugir do coronelato político.
Por Rui Daher
sexta-feira, 29 de abril de 2016
FAMÍLIA DE ALISSON DANTAS CLAMA POR JUSTIÇA
Gritos de Justiça e Paz ecoam pelo Bairro do Quati I, II e comunidades circo vizinhas.
Familiares, amigos e comunitários do Bairro Quati I, II e comunidades circo vizinhas, realizaram hoje (29), uma passeata lembrando os seis meses da morte do jovem Álisson Dantas de 19 anos que foi agredido de forma brutal (fato ocorrido no dia 30/10 vindo a falecer dia 03/11/015, devido a gravidade dos ferimentos) por Rezielio Alves de Almeida de 50 anos, que desferiu vários golpes de facão por achar que o mesmo, no momento usando um celular, estivesse acessando seu sinal de wi-fi. o agressor residia a poucos metros da casa do jovem e encontra-se foragido. O crime chocou a comunidade pela banalidade do motivo que o lavou a cometer tal ato. Segundo a mãe da vítima Srª. Ana Claudia Dantas, o delegado Marcione Ferreira responsável pelo caso, disse que o mandato de prisão já foi expedido e que já fizeram uma diligência a procura do acusado mais o mesmo não foi encontrado.
A passeata percorreu os bairros Quati I, II e Jardim São Paulo onde ocorreram momentos de reflexão encerrando-se no local do ocorrido (Quati I) com uma celebração da palavra e homenagens ao jovem Alisson Dantas que tocava na banda de Fanfarra de sua escola.
Confira mais imagens na fampage da Central Popular de Comunicação no facebook.
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