Já dizia a propaganda da Brahma mostrada pela Rede globo,
nela uma figura masculina vestindo um casaco com capuz que lhe escondia o rosto
carregando uma mala, ele entra em uma arena e é ovacionado por centenas de
pessoas que estão nas arquibancadas. Isso me faz lembrar o ditado, um bom filho
a casa torna, ou mesmo, a uma pessoa da família que há muito tempo fora,
resolve voltar e é recebido com grande alegria, ou talvez um astro cinistra do rock, ou qualquer coisa parecida.
O fato é que aquela figura representava
metaforicamente, claro, O futebol, eu suponho. Ou poderia ser a Copa do Mundo,
talvez a taça, ou a vitória. Sim, de fato, voltou mais não pra dizer que ali é
sua morada definitiva, ou que aquele é o
lugar de sua preferência. Ele voltou, e veio com bagagem e nela traz
experiências de outras batalhas, culturas e vivências. Voltou humilde, silencioso,
pensativo. Ou como se estivesse buscando algo: analisa, espreita e espera. Idolatrado
pelos fleches e cultuado como um Deus, o futebol é visto por muitos como uma
oportunidade de melhorar de vida, outros aproveitam como válvulas de escape
extravasando o excesso de energia confusa e difusa em alegria e ou violência,
outros transformam, instigam e exploram essa fantasiosa e êxtasiosa sensação e
tudo vira mercadoria.
Uma coisa é certa, Desmascarou e evidenciou o ganancioso
interesse das grandes corporações e seus seguidores. Mostrou-nos que o
verdadeiro futebol não é feito de jogadas de marketing, especulações ou
monopolização de mercado. Apesar de ter sido fomentado para tal. Ele mostra que
não está no individualismo, estrelismo ou diferencial de supostos super homens.
E sim em um conjunto de valores chamados de vitória. E deixou claro que será um
eterno andarilho e que por onde passar levará alegria ou tristeza, decepção ou
sensação de dever cumprido e que ninguém se iluda com sua abstrata figura, pois
aonde chegar será objeto de cobiça e poderá ser usado para o bem e para o mal.
Somosumsó. ” Mocinho ou bandido”. Estamos juntos nas decepções,
lamentações, contas a pagar. E na urgência em apontar culpados estar a nossa
maior derrota. O futebol no momento parece ter encontrado o que estava à
procura, pelo menos até não ser novamente corrompido e vitimado pela ganância e
excesso de vaidade humana. O que deve nos levar a uma real reflexão. O objetivo de uma disputa de futebol é a
vitória e com ela consequentemente o
prêmio e isto não deve ser monopólio e
nem exclusividade de ninguém, deve ser construída através da ética, moral,
humanização, democratização, descentralização de poder e de coletividade.